Saudações aos leitores.

Como vocês já sabem a essa altura, na última semana a Nintendo resolveu anunciar simplesmente do nada (como tem sido ultimamente, por sinal) o novo modelo do Nintendo 3DS, o “2”DS:

Bizarro? Inexplicável? Etílico?

Por “increça que parível”, dessa vez parece que a Nintendo finalmente tomou uma decisão lógica e racional, e explico porquê. Após uma estréia desastrosa e um início de ciclo complicado, o 3DS foi estabilizado, recebeu jogos decentes e agora goza de boa expectativa futura com jogos como Pokemon X e Y, Mario Golf e Zelda ALTTP 2, por exemplo, no horizonte. Portanto, uma vez que a plataforma esteja no trilho, nada mais lógico do que tratar de expandí-la sobretudo para o público – e parece até mentira escrever isso – que até agora foi negligenciado pela Nintendo: as crianças. E elas foram negligenciadas por dois motivos simples: o preço e o desnecessário efeito 3D estereoscópico. Lembremos que o 3DS foi o portátil mais caro já lançado pela Nintendo (mesmo contando com a inflação, os Game Boys e o DS eram mais baratos), e esse público conta com o dinheiro dos pais para comprar seu console. Agora imaginem quantas vezes esses pais pensaram antes de gastar uma “bala” com o novo brinquedo do pimpolho. Pois é, vocês viram no que isso deu.

Por outro lado, a ausência do 3D estereoscópico curiosamente também acaba soando como uma “feature” devido ao fato desse efeito ter um péssimo custo-benefício: afinal, em troca de bobos efeitos de profundidade e de aproximação, tem-se dores de cabeça, cansaço visual e, a depender da pessoa, até certa desorientação. Além disso tudo ainda há as limitações técnicas impostas por esse efeito como o gasto extra de bateria e perda de desempenho em alguns jogos (a taxa de quadros por segundo diminui e efeitos como anti-aliasing podem ser cortados).O 3D estereoscópico é tão complicado que mesmo a Nintendo recomenda a sua não-utilização por crianças com 7 anos ou menos e vários de seus jogos exibem mensagens incentivando o jogador a fazer intervalos durante a sessão de jogo.

Ainda sobre o novo modelo “2”DS, vocês já devem estar se perguntando o porquê das aspas,certo? Então, a razão é que a despeito do nome, o 2DS tecnicamente é “1S”, ou seja, tem apenas uma tela. Isso mesmo, o aparelho tem apenas uma grande tela de toque dividida pela carcaça de plástico – vejam mais aqui. Sim, sei que na prática isso é um detalhe irrelevante, pois os jogos funcionam da mesma maneira que os demais modelos, mas não deixa de ser curioso saber que o 2DS não só não tem duas telas como também é o primeiro aparelho desde o Game Boy Advance Micro a contar com apenas uma tela.

Para não dizer que não falei das flores, é impossível não reparar a feiura do aparelho, cuja aparência lembra aquelas falsificações chinesas do tipo Polystation. Nem acho um problema o fato de não dobrar, pois muitos smartphones e tablets são assim (e ninguém reclama deles por isso), mas o design do 2DS não deixa de ser não apenas feio como meio esquisito também. Além disso, ele tem cara de barato, de brinquedo chinês mesmo, até mesmo por ter o mesmo tamanho do modelo normal do 3DS. Por outro lado, o 2DS curiosamente parece ser bastante ergonômico e ter boa pegada, ao menos os videos demonstrativos indicam isso.

Por fim…

A Nintendo finalmente anunciou um corte de US$50 no preço do Wii U, além de um bundle com Wind Waker HD. Ok, é um console com uma versão com filtro HD de um jogo assaz fraquíssimo, porém já é alguma coisa nova que somada aos lançamentos de fim de ano (DKC, Mario etc) ajuda a movimentar e tentar criar um momento positivo para um console que até agora não disse a que veio. e Considerando que Sony e Microsoft estão prontos para lançar seus consoles no final do ano ao mesmo tempo que o Wii U continua patinando, essa era a hora mesmo de se fazer alguma coisa. Tal qual um time de futebol que está fugindo da zona do rebaixamento, a Nintendo ao menos está tratando de reforçar seu time ao invés de apenas demitir o técnico.

Enfim, o fato é que ao menos tais medidas mostram indícios de que a Nintendo comecou a cair na real, ao menos aparentemente (em se tratando da Nintendo atual e sua fase bizarra, nunca se sabe). Com o 2DS, a Nintendo mostra que a despeito de declarações de seus PRs, a insanidade do 3D pode estar chegando ao fim, e além disso, agora os consumidores têm três opções distintas para adquirir um video game portátil, indo desde a opção econômica até a mais robusta (o modelo XL). No caso do Wii U, a Nintendo finalmente parece se importar com o destino do console e tenta a seu modo torná-lo mais viável e atraente ao consumidor (embora ache que um bundle com New Super Mario Bros.U seria zilhões de vezes mekhor que o “Enganação Waker HD”, por exemplo).

Será que agora vai? Bem isso o tempo dirá.

Até o próximo post.

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