Game contraste: Astyanax – NES

Saudações, senhores leitores.

Trago a superfície um mais um texto da série Game Contraste, em que analisamos bons jogos com capas ruins e vice-versa. Na postagem de hoje, direto da era 8-bits, Astyanax. Ainda hoje, trago texto novo. Abraços e até.

Esse é um caso clássico de jogo feito no Japão e lançado nos Estados Unidos por uma distribuidora que claramente não conhecia o que estava vendendo. Julgando a ilustração a primeira vista podemos notar o mau gosto geral do desenhista, fora sua falta de talento para a profissão. Reparando os detalhes podemos nos perguntar se um herói teria essa cara de empacotador de supermercado, e se ele se daria bem nessa profissão com braços tão curtos. Quem jogou, também se questionaria de onde vem aquele horrível logo com um constrangedor rainho amarelo em seu peito. Nem o Super Quinze teria tal senso estético.

Por falar em jogar, de onde saiu esse dragão gordo e genérico? Os chefões que aparecem durante o jogo são bem mais inspirados e ameaçadores que essa… coisa. Também é uma boa pergunta saber o que aquela mulher que nada se parece com a rainha a ser salva no game, está fazendo dentro daquela bolha (ou espelho, ou redoma… ah sei lá). Seria a coreografia do Olodum? Estaria fazendo um alongamento torto? Ou quem sabe estaria ouvindo um hit do ABBA? Jamais saberei.

Finalmente falando do jogo em si, Astyanax é um bom jogo de plataforma lançado para o saudoso NES em 1990(exatamente o ano em que ganhei o meu), em que o jovem colegial grego Astyanax (que nome… ) ouve uma misteriosa voz em seus sonhos, pedindo por socorro. Até que um dia ele desaparece e é transportado para o mundo de Remilia. Assim que chega ao mundo mágico, a fada Cutie aparece, lhe explicando que a voz que ecoava nos sonhos do garoto é da rainha Rosebud, aprisionada pelo maléfico Blackhorn e seu ajudante-caveira Thorndog. Astyanax descobre possuir poderes mágicos neste mundo e parte para sua jornada com seu machado dourado, enfrentando as hordas do malvadão supracitado. Ok, não é nenhum primor, mas era o suficiente para um jogo daquela época.

Com bons gráficos, uma trilha sonora diversificada e bem feita e cut-scenes no melhor estilo Ninja Gaiden, que explicavam a história conforme o jogador prosseguia nas fases, Astyanax fez bonito em seu tempo. A jogabilidade era um pouco travada e lenta em alguns momentos, mas não comprometia o desafio do jogo, difícil na medida certa, sem momentos frustrantes. Havia uma boa variedade de inimigos como caveiras-zumbi, olhos voadores, monstros gosmentos e toda a sorte de criaturas bizarras.Os estágios acompanhavam com castelos, pântanos, vales montanhosos, cavernas e etc.

Com tantos clássicos no NES, Astyanax não fez tanto sucesso, apesar de não chegar a ser um jogo obscuro. Tinha seus defeitos e seus méritos, valia o preço. Pena que tinha uma capa tão trash.

André V.C Franco/AvcF – Loading Time

Publicado originalmente em 3 de setembro de 2007

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *