Fim da Nintendo Power é o retrato da atual fase da Nintendo

Saudações aos leitores.

A essa altura do campeonato vocês já devem ter lido a notícia de que a mais antiga publicação dedicada a video games nos Estados Unidos chegou ao fim: a Nintendo Power. Tristeza e lementações à parte, o fato é que vejo isso apenas como um retrato da atual fase da Nintendo (da América, em especial).

Digo isso porque além do fim da publicação em si, o mais triste mesmo era o desdém com que esta vinha sendo tratada pela Nintendo of America. Muito além dos reviews e notas de jogos (basicamente só o que interessa aos rardecores de hoje), a Nintendo Power era uma importante ferramenta que fazia a ponte entre os jogadores e os clássicos de NES, SNES e etc; com seus mapas detalhados, detonados, guias e extensas reportagens. De uns anos pra cá porém, a NoA sub-licenciou a revista para uma editora qualquer, e ainda por cima impunha dificuldades para obtenção das informações – isso porque é sobre os jogos dela. Tem mais sobre isso nesse link da Arstechnica.

Nem sempre foi assim. Em outros tempos, os leitores da Nintendo Power tinham acesso a esse tipo de informação:


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Deixei os scans grandes para que vocês possam dar uma lida aqui mesmo. Leiam e percebam que esse tipo de conteúdo praticamente não existe hoje na internet. Os portais e sites dedicados a video games se resumem na maioria dos casos (existem exceções, claro) a serem extensões dos departamentos de marketing das grandes produtoras, apenas divulgando video-previews, e rasos textos travestidos de “análises” que mais servem como mera propaganda dos jogos. No caso da Nintendo Power, óbvio que a revista era também uma ferramenta do marketing da Nintendo, porém, como vocês puderam observador acima, havia conteúdo de alta qualidade que realmente tratava sobre os jogos, como eram produzidos, de onde vinham as idéias, como era o game design e etc. Inclusive, foi na reportagem publicada acima que o público americano conheceu Shigeru Miyamoto e parte de seu trabalho na concepção do clássico Super Mario Bros.3. Mas reparem que ali era o game designer falando, e não um aspirante a rock star querendo aparecer mais que seus próprios games.

Uma pena, realmente. E incrível como mais uma vez é a própria Nintendo a responsável pelo seu próprio fracasso. Já disse em outros posts que a Nintendo vive uma fase bizarra, e essa notícia é apenas mais um indício disso. O fim da Nintendo Power é o retrato da atual fase da Nintendo. Com a palavra, Reggie Fills Aime:

AvcF – Loading Time.

8 thoughts on “Fim da Nintendo Power é o retrato da atual fase da Nintendo

  1. não é bem assim.

    o fim de uma revista de videogame não pode ser um retrato da atual fase da NIntendo: a Nintendo não tá no ramo de revistas. ainda mais nessa época em que revistas tem cada vez mais concorrência digital.

    a revista deve ter tido sua importância pra Nintendo há algumas décadas, mas é preciso olhar pra frente. e revistas não fazem parte desse futuro, pelo menos não o da Nintendo. fica aí o papel pros blogs, jornalistas, etc.

    existe uma “fase bizarra” acontecendo atualmente pra todas as empresas de console, o mundo dos eletrônicos mudou muito nessa fase pós-tablets. a Nintendo tá tentando encontrar seu caminho nessa nova era, e me parece estar fazendo certo.

  2. Concordo com o JV, a mídia impressa tem cada vez mais perdido espaço para internet, a e ainda que se trate de uma grande revista é muito difícil essa concorrência virtual.
    Não dá não sentir uma certa nostalgia vendo esse scans, e lembra da maneira como os games eram feitos naquela época, Miyamoto sozinho no escritório, com vários esboços de fases, e personagens, e alguns poucos “aprendizes” auxiliando o mestre….. bons tempos. Vendo isso me lembrei do making of do God of War III. O negocio é uma super-produção , com centenas de pessoas trabalhando em um enorme estúdio, cada um responsável por um pedaço do game, atores , dubladores, músicos, programadores ,……..o negocio expandiu mesmo.
    Essa comparação talvez dê a exata noção do quanto essa industria mudou, e como existem coisas que, apesar de fantasticas estão fadadas a uma gradual extinção( infelizmente) como as revistas de games.

  3. ”FIM DA NINTENDO POWER É O RETRATO DA ATUAL FASE DA NINTENDO”

    Juro que tentei entender essa chamada meio sensacionalista, o fim da Nintendo Power só reflete o caminho mais do que óbvio que não só ela mais todas um dia terão, estamos na era da internet, dos tablets e smartphones, e sinceramente comprar uma revista de games é algo meio que desnecessário já que existem sites especializados nesse assunto aos montes e para todos os gostos ( e tudo isso gratuito) fora o fato de que as notícias quando publicadas e lidas em uma revista certamente já é algo antigo em relação a um site que pode ser atualizado a qualquer momento. Só o caminho natural das coisas acontecendo meu caro, nada de alarmante ou que reflita fase ruim ou coisa do tipo.

  4. “Mas reparem que ali era o game designer falando, e não um aspirante a rock star querendo aparecer mais que seus próprios games.”

    Boiei…

  5. Nao considero um retrato da fase da Nintendo, mas um inevitável destino de todas as revistas impressas no mundo. Depois da internet, se tornou algo inevitável o fim das publicações. As revistas que tem apelo digital são as primeiras a sofrer esse impacto, pois seu publico alvo, tende ser pessoas que procuram suas informações por um meio mais ágil e rápido que é a internet. Nao esta ligado diretamente a situação atual da Nintendo, que considero preocupante.

  6. Concordo com os colegas acima. Acho que o fim da Nintendo Power não foi uma decisão tão errada assim, até porque no longo prazo não consigo imaginar como será o mercado impresso no mundo… =s Talvez, se eles tivessem mantido a revista em formato digital de acesso exclusivo às redes internas da Nintendo através de seus aparelhos (aliás, depois do pioneiro Stellaview, a Nintendo parece ter criado asco de redes multiplayer e conteúdos on-line em seus consoles) poderia ser uma idéia menos “traumática”.

    Entretanto, concordo que a Nintendo parece estar cada vez mais “nonsense”, confusa e as até prepotente. Acho que tudo vai se acertar no final, mas que ela não está indo muito bem das idéias, isso eu concordo.

  7. É o sinal dos tempos, sim. Mas não é nenhuma novidade saber que o mercado de mídia impressa esteja indo gradativamente para a casa do caralho. A Nintendo Power é só mais uma a acompanhar esse caminho.

    Aliás… a Nintendo World tá um lixo, hein!

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