Especial Bad Trip 10 idéias idiotas: Mortal Kombat p/Snes – parte 06

Verdade universal da civilização humana: o que é ruim pode piorar. O ranking das atrocidades segue seu rumo, afinal, se no peito dos desafinados também bate um coração, na cabeça dos idiotas…bem, hã…deixa pra lá.

O “homenageado” da vez não é um console nem exatamente o jogo em si, mas de uma decisão. Em 1993, a Nintendo tomou umas das atitudes mais lógicas e racionais que já vi: mandou retirar toda a violência (além de modificar os fatalities) de um jogo que tinha como o grande chamariz comercial justamente sua violência. Resultado? A versão do mesmíssimo jogo do console concorrente vendeu três vezes mais mesmo sendo inferior tecnicamente. De fato, foi uma decisão de um empreendorismo executivo singelo da Nintendo of America. Afastou os jogadores, não convenceu os papais preocupados e vendeu consoles para a Sega. Nice work.

Claro que não foi uma situação fácil, houve na época o que ficou conhecido como o primeiro pânico moral contra os videogames e o braço estadunidense da Big N ficou bastante apreensivo com a polêmica. Não era para menos, é verdade, porém faltou o jogo de cintura que a esperta Sega teve (se lembram do famoso código que ativava o sangue na versão do Genesis?), fora que ficou claro, anos depois, que todo o barulho foi por nada. Todo o circo foi suficiente para esconder a qualidade duvidosa (de um jogo que já era duvidoso) das conversões para os consoles, a molecada decorava o código do Genesis e ficava querendo ver os fatalities “iguaizinhos aos do fliper”.Quando a graça acabava, geralmente voltavam a jogar um jogo de luta de verdade como Street Fighter 2. Mas com os cartuchos devidamente comprados e na casa dos pimpolhos, a missão foi cumprida pelas produtoras e o resto era festa.

A versão Super Nes era a menos pior dos consoles, tinha visual e jogabilidade aceitáveis, porém as exigências da Nintendo conseguiram tornar o jogo constrangedor. Ao invés de simplesmente eliminar o sangue, uma espécie de farinha esquisita saía dos lutadores quando estes sofriam os golpes. Tá certo que farinha de mandioca causa menos danos psicológicos que a exibição de sangue, mas será que não havia uma outra solução gráfica ao alcance dos programadores? O pior do jogo eram os fatalities modificados para serem menos…fatais? Como podem ver no video abaixo, a emenda saiu pior que o soneto:

O jogo só serviu para queimar a imagem da Nintendo, tornando-a conservadora e hipócrita aos olhos dos jogadores e fãs da empresa. A imagem de console para crianças perseguiu o Super Nes e só serviu para atrapalhar a Big N. O mais curioso de tudo é que toda a preocupação com os “valores familiares” e tal, foi convenientemente esquecida na edição seguinte de Mortal Kombat, o sangue, violência e fatalities estavam de volta e a versão Snes voltou a ser a mais vendida. Ficou comprovado que tomar decisões sob a pressão do circo de uma mídia que só se importa com audiência pode levar uma empresa a tomar decisões idiotas. Essa foi mais uma delas.

André V.C Franco/AvcF – Loading Time

4 thoughts on “Especial Bad Trip 10 idéias idiotas: Mortal Kombat p/Snes – parte 06

  1. Lembro de madrugar na porta da locadora para alugar um dos poucos cartuchos disponiveis do MK I(quem chegava cedo pegava, senão chupava o dedo), eu fui uma criança feliz, tive o Mega Drive e o Snes na mesma epoca em que saiu esse jogo, e logico o cartucho do Snes era motivo de piada, aliais depois disso passei a odiar a nintendo e considerar videogame de criança( com 13 anos eu ja não me achama mais criança como qualquer adolecente kkkk) e nunca mais comprei nada da nintendo(tirando star fox e megamanX kkkkk), e claro que hoje em dia ja não ligo mais para isso e jogo de tudo, mesmo os consoles da Nintendo, só que agora a ninntendo vende o Wii para que não gosta de videogames kkkk, fico com meu play3 e x360 hoje em dia.

    Nota. O nintendo 64 para mim foi o nintendo que mais me divertiu!Esse sim era um videogame classico a altura de substituir o Snes, pena que foi estuprado pelo Playstation, mas mesmo assim eu gostava dele =)

  2. O interessante é que o MK de Super NES, mesmo censurado, é muito mais violento que a versão de Mega sem código (que não tinha sangue nenhum e cujos fatalities modificados só derrubavam as vítimas). Mais hipócrita que ele, só mesmo o MK II de Super Famicom (além de qualquer FPS “Teen”, claro, em especial o America’s Army).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *