15 anos de Playstation

Saudações aos pertinentes.

Mais um mocinho para a história dos videogames. Apesar do meu atraso justificável (final de semestre é sempre dose), falarei resumidamente da história do console que colocou a Sony no competitivo universo dos videogames. Acompanhem.

A história envolvendo a concepção do Playstation seria daquelas que daria uma boa novela mexicana, com direito a traições, humilhações, drama e reviravoltas. Isso porque desde que deixou de ser uma idéia e se tornou um console de fato, foi um rolo só. O conceito do que seria o Playstation começou pelo menos três anos antes, e como um acessório e não um console completo. Em 91 a grande moda da época eram os CDs e suas promessas de jogos muito mais sofisticados devido ao espaço de armazenamento estupidamente maior que os dos cartuchos, NEC já tinha o seu, e o Sega-CD foi lançado no final daquele ano no Japão. A Nintendo queria entrar na festa e para tal firmou um acordo para a produção de um periférico tocador de CDs nos mesmos moldes da concorrência.



Protótipos do SNES CD ou SNES Playstation

As duas companhias já tinham um relacionamento comercial, já que o chip de som do SNES foi deenvolvido pela A Sony (mais especificamente por Ken Kutaragi, o pai do Playstation). Então na feira CES de 91 a Sony alegremente anunciou o protótipo do que seria o SNES com o drive de CD, o que naturalmente causou espanto geral. Mas é aqui que a história do virtual Playstation começou de fato. Após o anúncio, a Nintendo sem a menor cerimônia rompeu a parceria com a Sony para anunciar uma com a Philips para a produção do bendito periférico do SNES. A principal razão dessa quebra inesperada era a falta de acordo quanto aos royalties cobrados pelos jogos em CD, que seriam prensados pela Sony. Seja como for, a Nintendo simplesmente virou as costas e largou a Sony com um projeto inacabado nas mãos, e não quis nem saber. Os executivos da Sony se sentiram humilhados com tal situação, em especial Ken Kutaragi, principal engenheiro responsável pelo projeto.


Embora nos bastidores a parceria tivesse ido para as cucuias, a imprensa especializada da época continuou a especular sobre o projeto

Enquanto a Nintendo perdeu tempo com uma parceria que futuramente se provou vexatória e a Sega com um periférico que foi uma das maiores porcarias da história, a Sony trabalhava em segredo. Foi um processo complicado, pois havia resistência dentro da companhia quanto a entrar no mercado de videogames. Mas a insistência de Kutaragi junto ao ressentimento em relação a atitude da Nintendo deram prosseguimento ao projeto do console Playstation. Mas já antes do lançamento a Sony começou a ganhar as produtoras terceirizadas ao oferecer um modelo de distribuição de jogos mais rápido, barato e menos rígido que o da Nintendo e Sega. Era um passo vital, já que a Sony não dispunha na época de títulos first party fortes, portanto completamente dependente das produtoras terceirizadas. Quando finalmente lançado em dezembro de 1994, o console fez sucesso rapidamente com títulos como Ridge Racer, Toshiden e Tekken.

O console da Sony rapidamente ultrapassou o Sega Saturn mas algum tempo depois bateu de frente com o Nintendo 64, que tinha uma grande expectativa por ser o sucessor do SNES. Até houve uma competição inicial, mas após o lançamento de Final Fantasy VII, o Playstation disparou para nunca mais ser alcançado. Foi uma surra comercial sobre os concorrentes, com mais de 100 milhões de consoles vendidos. A Sony conquistou uma liderança que só seria perdida na geração atual, e a marca Playstation é até hoje sinônimo de videogames (perguntem para quem não é familiarizado sobre o que vem a cabeça quando se pergunta sobre videogame). O resto é história.

O Playstation e eu

Aproveito aqui o post para fazer uma pequena confissão, e dizer que inicialmente não fui com a cara do Playstation. É verdade. Eu vi o console pela primeira vez logo em 1995, em uma locadora, e não fiquei nada impressionado com o que vi. Não vi muita graça em Toshiden, nem pelo visual nem pelo jeito de jogar, me lembro até de ter achado o cehefe final Gaia um troço tão feio que não conseguia identificar o que era aquela criatura. Naquela altura eu achava os games de SNES mais bonitos, mesmo que bidimensionais, e os jogos iniciais do PS1 não me pareceram grandes coisas. Só comecei a mudar de opinião mais ou menos uns dois anos depois, quando pude experimentar alguns dos grandes games do console, como Metal Gear Solid, Resident Evil 1 e 2 (gostei tanto de RE2 que posteriormente comprei a versão Nintendo 64), Castlevania: Symphony of the Night, Syphon Filter, entre outros que não me recordo agora.

Embora eu não tenha comprado um, joguei bastante o primeiro Playstation, mais do que o 2 até. Me diverti bastante com ele também, jogando com amigos. Foi um belo console em seu tempo e merece estar nas listas dos melhores. E eu vou ficando por aqui. Até o próximo post.

André V.C Franco/AvcF – Loading Time.

25 thoughts on “15 anos de Playstation

  1. Engraçado que aconteceu a mesma coisa comigo: joguei a versão do PS1 de RE 2 e comprei a versão do N64 depois também (ninguém acredita quando vêem o N64 gerando CG rsrs) esse game inclusive enterrou de vez o N64DD que tinha a proposta de aumentar a memória dos armazenamentos nos games ow acessório trash viu… Já o erro do Sega CD foi ter sido lançado numa época em que a mídia ainda era muito cara e pouco difundida, agora alguém pode me dizer porque o Sonic CD lançado em 93 usa o shield do sonic 1 e tem o som do pulo horrível (parece d+ com o person do 1 inclusive)? O 2 dá um banho em tudo no Sonic CD menos no som das músicas óbvio.

  2. Playstation 1…o design mais bonito de console que eu vi nos anos anos 90…
    PS: O sega CD era bom porra!!!! eu tenho um!!! Quem fala isso numca jogou os jogos bons!!!!!!!!!!!!

  3. Lembro que quanto tinha meu Super Nintendo vivia me perguntando a utilidade daquele encaixe “EXT” em baixo dele. Depois que fui descobrir que eram para periféricos que eu nunca vi pessoalmente, dentre eles um tal de PlayStation.

    Penso que mesmo se fosse lançado em parceria com a Sony não teria dado certo da mesma forma, no máximo teria se saído melhor, afinal são periféricos, e isso (na minha opnião) não combina com vídeo-games.

    Por fim, tenho para mim que a mancada da Nintendo que permitiu a Sony abocanhar grande fatia do mercado com um console tecnicamente inferior foi a adoção de cartuchos. Mas isso foi bom, a Sega já estava tropeçando sozinha, o mercado precisava de uma mudança.

  4. O mais engraçado nisso é que em 94 eu estava felizão com o meu Mega Drive e nem fazia idéia do que era um PlayStation…

    Aliás eu até lembro quando um amigo meu me mostrou uma foto do Nintendo 64 num jornal e o grande barato do console (pra gente pelo menos) não eram os gráficos e sim o espaço para 4 controles!

    Naquela época eu não sabia de nada que rolava no mundo dos games… 😛

  5. Olá! sempre leio o seu site ou “blog” por assim dizer, as vezes curto os posts, outras vezes nao concordo…
    mas enfim, hehehe.

    Nesse nao pude deixar de comentar. Lembro que o primeiro game que eu vi do playstation foi o tekken. Há, eu fiquei bem impressionado na hora, mas eu ainda tinha curtido mais o sega saturn que meu irmão tinha comprado na época, e eu tinha achado bem melhor o virtua fighter.
    Meu sonho era na epoca, ter um sega saturn, hahahaha! O foda é que a sony abafou tanto, mas tanto…

    O que me fez, na epoca, ter comprado um N64 foi o 007, e o perfect dark. Nunca tive um playstation(na verdade sempre achei que os graficos em 3D deveriam ter ficado pra uma geração depois…) poruqe achava alguns graficos extremamente toscos! cores estourdas, graficos extremamente quadrados enfim…
    Mas me divertiu pakas na casa de amigos tbm.

    Mas pra finalizar, hehehe, acho que a surra que a big N tomou foi mtu boa, afinal os boatos que rolam é que a nintendo censurava mtu as empresas(como a square, que nao lançou o final fantasy do n64).

    Foi bom, reinventou o mercado dos games, que ja tava ficando chato e saturado de acessorios…

    Valeu ai, desculpa se escrevi demais, hehe!

  6. pow a nintendo deu um tiro no pé (e bem dado) ao “sacanear” a sony… 2 gerações inteiras por baixo… bem… mas imaginem como seriam os video games hoje sem o playstation? até eu, fanatico pela nintendo, tenho q assumir isso…rs pelo menos a nintendo com a inovação de sempre voltou ao lugar dela…rs abraços…

  7. eu amo meu ps1 \o/

    ainda não liguei ele na tv de lcd… tenho medo de ver como sairão os gráficos oO’ (assim como o master system)

    Mas jogar CTR de 4 pessoas realmente é muito bom! prefiro até mais que o mario kart, pq ele não dá aquelas travadas de cartucho vs memória ram oO’

  8. Cara!!!! 15 anos!!!! To ficando velho mesmo, primeiro O Donkey faz 15, depois o PS1. Lembro exatamente quando vi o PS1 pela primeira vez, fiquei impressionado com Tekken, fiquei horas jogando na locadora, mas ele me prendeu mesmo com a série RE. Mas ao ver o N64 preferi ele. Mario, Pokemon, Zelda e 007 me ganharam. Mas sempre jogava quando tinha oportunidades, principalmente Tomb Raider, RE 1 e 3 (o 2 era do N64 hehe) Gran Turismo, Parasite Eve, o protótipo de GTA Driver e No finzinho da vida dele, Fear Effect. Parabéns Ps1 por tornar o mundo dos games mais competitivo e atraente.

  9. esqueci de dizer que só comprei o meu em 2002, qdo comecei a trabalhar. Meu pai sempre foi (e ainda é) contra jogos…. acho que por isso eu tenho um trauma e tenho trocentos consoles xD
    huaehuaeuhaeuhaeuha

  10. @M4x!mU$ C35@R :

    A coisa não foi exatamente como você disse, a nintendo não sacaneou a sony. No contrato entre as duas, existiam brechas que davma à sony completo controle sobre os direitos autorais sobre o “nintendo playstation”, e controle absoluto sobre a distribuição e produção dos jogos.
    Ou seja, na verdade eles estavam sacaneando a nintendo, porque usariam de toda a base instalada do líder de mercado para ter lucro limpo, dando pra nintendo royalties sobre uma plataforma completamente controlada pela sony.

    Eles queriam ter controle sobre tudo o que aconteceria no snes CD, que era da nintendo!

    Antes que perguntem, sim, sou meio que fã da história dos videogames, e às vezes leio alguma coisa sobre isso.

    1. Discordo dessa versão, Roger. Houve uma joint venture firmada por ambas e exatamente no dia seguinte que a Sony anuncia o Play Station (na versão inicial era assim separado mesmo), a Nintendo pula fora do barco, larga a Sony com um abacaxi nas mãos e anuncia parceria com a Philips. Consultei três livros que tenho aqui e todos confirmam essa versão. Há também uma reportagem excelente da EDGE online sobre esse assunto (http://www.edge-online.com/magazine/the-making-of-playstation?page=0%2C0), também com o mesmo ponto de vista. Portanto, tudo corrobora para a tese de que a sacaneada da história foi sim a Sony.

  11. Pertinente ao post:

    Vim comprar meu ps1 em 2001.
    Antes disso, quando eu estava interessado em comprar um console (ainda tinha só o snes e o master system) um colega resolveu me mostrar alguns jogos que ele gostava, para me ajudar a escolher entre N64 e PSX.

    Resultado:
    Depois dos loadings eternos de fatal fury real bout special, e de king of fighters 96, e dos gráficos quadrados e toscos, preferi comprar um N64, rs.
    Só comprei um PSX anos mais tarde para jogar legend of mana e chrono cross (motivado por secret of mana e chrono trigger, ambos de snes), mas nunca me encantei pela maioria dos “medalhoes” do console. Metal gear, King of fighters, GTA, Driver… nunca liguei pra estes jogos.

  12. Castlevania vale o aparelhos, sem duvida…

    mas como muitos aqui comentario (espantado!), fui para o lado nintendo da força…. huahaha…

    Tanto q o primeiro console nao nintendo q peguei foi o PSP e o PS2… ambos ja vendidos =P

  13. Hmmm… é possível que o que eu li esteja errado então. Mesmo porque, o que eu li não veio de livros ou coisa assim, foi da web mesmo.
    Vou dar uma pesquisada e se eu encontrar o link onde vi isso (faz algum tempo) posto aqui.

  14. Ah sim, errei de forma sutil (na verdade errei monstruosamente, li novamente o texto a que me refiro), a informação correta era que a sony tinha, pelo contrato o direito q desenvolver uma plataforma própria, compatível com as mídias do snes CD, e esta plataforma nao teria de controle quase que absoluto da sony.

    Este texto está na revista EGW deste mês, mas como não tenho total certeza sobre esta informação ser correta ou não, vou tentar dar uma pescada de onde o pessoal da redação tirou isso (trabalho na revista).
    Qualquer coisa que eu conseguir, passo a referência.
    🙂

  15. Se vc olhar bem o periférico verá que ele tem identidade. Não tinha como dar certo e fica evidente que a Sony queria dar um passo muito grande tomando o espaço visual e conceitual do SNES. Reparem no controle como “Sony” e “Play Station” a logomarca da Nintendo.

  16. Eu tinha um Saturn na época e estava muito satisfeito com ele. Cheguei à 150 jogos (piratas e originais). Joguei o PS ma casa do meu primo que gostava de tirar onda com minha cara porque dizia que o videogame dele era melhor que o meu.
    Eu só comecei a achar o PS melhor que o SS quando começaram a lançar FIFA 99, Silent Hill, RE2, entre outros. Mas eu tinha Xmen vs SF e Marvel vs SF, que davam um banho na concorrência!!

  17. O PS acabou com a magia do videogame. Tudo se tornou negócio. Nunca fizeram sentido os jogos 3d naquela época. A Sony Imagesoft tinha bons jogos na 4a geração, mas para o ps faltava alma. Essa foi uma geração sem graça, em que a tecnologia importava mais que a diversão. Foram 12 sofridos anos até que a Nintendo desistisse de perseguir a sony e devolvesse a magia aos videogames.

  18. Concordo! O Psx acabou com a magia dos video-games. Penso que o erro está em uma indústria que não é de jogos criar uma plataforma. Assim ela não consegue dar identidade a seu video game, não cria jogos para ela e se torna extremamente comercial.

    O Playstation tem em sua maioria de jogos famosos, os jogos adultos de temas reais. Ou seja, não tem magia, só cópia do que já está pronto transformado em polígonos horrosos diga-se de passagem.

    O N64 tinha um conceito interessante de multiplayer muito mal aproveitado. O Saturn era mais robusto que PSO. Mas o Play infelizmente era mais barato e mais libertador, não carregava nenhuma tradição, estava tudo liberado. Aí Fudeu!

  19. Vou desabafar também. (ehehhe)

    Lembro quando vi um PSX pela primeira vez na vitrine de um shopping e pensei “nossa, um videogame da Sony?! Será que vai dar certo?!… Gostaria de ter um” (na época eu não sabia do SNES-CD).

    Mais tarde, acompanhando com afinco aquelas revistinhas de jogos e todos os meus “amigos” (ehehhe) comprando PSX e a escandalosa chegada do N64 mais tarde eu demorei (muito) para escolher, mas decidi… comprei um Saturn! xD rsrsrs – E escolhi tão bem que fui MUITO feliz com ele por mais de 7 anos… sem contar que eu tive 3. Motivo? EXCLUSIVIDADE.

    Salvo as raras excesões, os grandes hits do Saturn eram exclusivos para ele (tal qual no PSX/N64), ou seja, enquanto “todo mundo” tinha o mesmo “super jogo” no seu PSX, SÓ EU tinha aquele “outro super jogo” e mais ninguém! (e no meu caso, como a esmagadora maioria dos bons jogos do SAT era exclusivamente lançada no Japãoe a internet ainda “engatinhava”, era raro alguém já ter ouvido falar dele antes de vê-lo no MEU videogame! rAHUARHUAhuARhurAHU). Foi uma época ótima… rsrs

    O PSX realmente foi uma ótima estratégia da Sony, e trouxe ótimos títulos até hoje memoráveis (e que teriam sido lançados em qualquer outro concorrente caso ele não tivesse existido). Joguei bastante, mas quem me marcou foi o SAT. (snif, snif… rs)

    O N64 me encantou no começo, mas me perdeu para sempre com aquelas músicas repetitivas/bobas, faltas de CG’s decentes e escasses de bons jogos nos gêneros que eu curto (eu até perdoava os gráficos com aquelas texturas meio “sem sal”). Reconheço que também é um grande console, mas não me convenceu em superar o SNES…

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