Um resumo (mas resumido mesmo) da primeira década do século XXI

Saudações aos aprazíveis.

Nem parece, mas a verdade é que a primeira década do século XXI já se foi, embora ainda não tenhamos carros voadores, a cura do câncer, nem consoles capazes de lançar foguetes. Todavia, o fato é entre 2001 e 2010 muita coisa aconteceu no universo dos video games, e será sobre isso que falarei no post de hoje. Cliquem no link e vamo que vamo.

Dez anos, três gerações de consoles (o Nintendo 64 foi descontinuado em 2002 e o Playstation em 2006), muitos jogos, sucessos e fracassos. Claro que houve uma evolução técnica monstruosa, alguns gêneros de jogos entraram em decadência enquanto outros cresceram e ganharam o público (os MMOs estão aí). De tudo o que houve nesse tempo todo, selecionei alguns fatos que acredito terem sido marcantes. Vamos a eles:

O fim da Sega

De modo meio irônico, começo pelo fim. No caso o fim da Sega como produtora de consoles, com a ida do Dreamcast para o brejo em 2001. Descontinuado pelos motivos já há muito tempo conhecidos (prejuízos e incompetência da Sega, baixa vendagem, etc), o fim do Dreamcast foi também o fim de uma era. Isso porque durante uma década e meia a Sega foi uma das forças dominantes do mercado com o Master System, Game Gear e principalmente com o Mega Drive/Genesis – o maior sucesso da história da empresa. Houve um certo chororô dos fãs (o que criou a talvez mais engraçada categoria de ista – as viúvas seguistas), mas a verdade é que a Sega já vinha mal das pernas em consequência de anos de má administração e fracassos comerciais. O fim do Dreamcast e da Sega como produtora de hardware foi uma nota triste dessa primeira década gamística do século XXI, principalmente pelas consequências que esse fato gerou. A decadência de Sonic com sua incrível sequência de jogos ruins, o sacrilégio com os clássicos (Golden Axe e Nights são os primeiros exemplos que me vem à mente), a falta de qualidade de seus jogos atuais; são amostras incontestáveis de que a Sega é apenas uma lembrança de uma boa época que não volta mais. Isso porque a Sega do meu tempo de garoto fazia clássicos. A de hoje faz um “jogo” para mijarmos nele.

Playstation 2 – o líder incontestável e a hegemonia da Sony

Por outro lado, 2001 foi um ano de ascensão do Playstation 2, o console de mesa mais vendido ainda hoje. Enquanto que o Playstation até teve alguma competição no início de seu ciclo, o Playstation 2 nem se deu conta de que teve adversários. Xbox e GameCube somados mal dão uma fração do que vendeu o console da Sony durante sua vida útil. Aliás, alguns levantamentos no início da geração atual mostravam que o Playstation 2 era mais jogado inclusive que seu sucessor, o Playstation 3. Não é por menos. Grandes jogos pavimentaram o caminho de sucesso do “Play 2”. Cito de passagem alguns como Metal Gear 3: Snake Eater, Kingdom Hearts, Dragon Quest XIII, Gran Turismo 4 e por aí vai.

Durante mais da metade da década de 2000 também vimos a continuação da hegemonia da Sony no universo dos video games. Sempre que haviam notícias de lançamentos de jogos, lia-se coisas como “o jogo Fulano Chronicles será lançado para PS2,Xbox e GC…” Ou seja, o Playstation 2 era sempre a prioridade, depois vinham os outros consoles. Afinal, quem não iria querer lançar um jogo para o console mais popular e relevante de sua geração? Mesmo quando começou a se falar sobre os consoles que fazem parte da atual geração, nenhum analista sequer cogitava que a Sony pudesse perder a liderança, tamanho foi o domínio do Playstation 2 em seus anos de mercado. Por curiosidade, boa parte das pessoas que conheço passaram a associar o ato de jogar video game com a marca Playstation, em frases na linha de “e aí, vamos jogar um play2?”. Ou quem não ouviu alguém comentar um lance futebolístico dizendo algo como “isso foi gol de playstation”?

Mesmo com a ascensão do Wii, o Playstation 2 ainda é sinônimo de video game para muita gente. Isso foi fruto de anos de domínio inconteste de um produto que atingiu as massas, chegando a fazer parte da cultura popular. Foi um feito bastante significativo por parte da Sony

A Microsoft e o surgimento do Xbox

Depois da colaboração com a Sega (o Dreamcast era baseado na plataforma Windows CE), a Microsoft entrou de vez para o universo dos video games com o lançamento do Xbox em 2002. Foi um fato importante da década, se considerarmos que não havia uma empresa americana no mercado de consoles desde os jurássicos tempos de Atari, Mattel e Coleco. Já o Xbox em si foi responsável por provocar uma mudança no perfil dos consoles, influenciando a geração seguinte. Essa mudança se caracterizou pela mudança de arquitetura do aparelho, aproximando-se mais de um computador pessoal. Suporte ao DirectX 8, adição de um disco rígido, uma rede online centralizada (ou seja fechada e paga) e o foco em muitos games de tiro, atraiu jogadores tradicionais dos PCs, etc e tal. Embora não tenha nem chegado perto do Playstation 2, a Microsoft conseguiu estabelecer bem seu console, sobretudo nos Estados Unidos. Por sinal, curiosamente no Japão os consoles da Microsoft nunca pegaram, foram bastante rejeitados pelo público japonês.

Entretanto, hoje tanto a Microsoft quanto o Xbox 360 são marcas já tradicionais no universo dos video games, já existe uma boa base instalada e fãs (os chamados “caixistas” são istas bem chatos, por sinal). O Xbox 360 teve um lançamento bastante movimentado, com transmissão da MTV americana, celebridades e tal. É um console popular, bem vendido e que veio para ficar.

Os vexames da década

Ah sim, não podemos nos esquecer dos vexames ocorridos na década. O primeiro que me vem à mente foi o fracassado lançamento do N-Gage, um constrangedor misto de console com celular que não fez bem nem uma coisa nem outra. Quando o aparelho foi apresentado na época, houve uma tentativa de hype na base do “será que agora o GameBoy terá uma adversário no mercado de portáteis?” Mas a verdade é que houveum abismo entre a publicidade e a realidade. Milhões foram gastos para no fim das contas sair um portátil feio, com falhas de design e uma biblioteca de jogos risível. Até houve uma segunda versão com algumas melhorias implementadas, porém era tarde demais. Resumidamente, o N-Gage foi muito barulho por nada.

Outro mico da década foi o GameCube. Ok, o console tem uma boa biblioteca de jogos, alguns clássicos, porém no aspecto comercial foi a maior derrota que a Nintendo sofreu em sua história. Nunca a companhia havia ficado em último lugar no seguimento de mercado que a consagrou até duas gerações antes. Além disso, perdeu vários jogos e até mesmo algumas exclusividades, como Resident Evil 4, por exemplo. Além disso, mesmo alguns jogos da Nintendo não estavam em fase tão inspirada quanto suas versões anteriores (embora não tenham sido jogos ruins). Super Mario Sunshine foi um Mario 64 com canhão d’água (ou sei lá como se chama aquela geringonça que o Mario carregava nas costas), além ter sido seguramente o pior Mario 3d já lançado. Mario Kart Double Dash era um jogo fácil demais e menos divertido que as versões SNES e N64. Zelda Wind Waker foi um game lindo, porém ordinário e bem inferior aos antecessores (compará-lo ao Ocarina of Time então, chega a ser piada). No âmbito gamístico não foi um mau console, mas era perceptível que a Nintendo esteve longe de seu auge naqueles anos.

Por outro lado, indiscutivelmente o maior vexame da década foram as famigeradas três luzes vermelhas do Xbox 360, ou se preferirem, as 3RL. Incrível como a Microsoft conseguiu fazer tudo errado em relação a esse problema. Primeiro porque negligenciou os testes de segurança necessários, apressou o lançamento até onde pode, e depois quando o desastre já estava fora de controle, negou o problema até onde foi possível. Além de ter perdido bilhões de dólares e milhões de consumidores que deixaram de comprar o console, as 3RL queimaram eternamente a credibilidade do Xbox 360. A coisa foi tão feia que conheço vários casos de gente que já estava no terceiro X360, e ainda estava com receio do problema ocorrer novamente. Foi o tipo de fato que certamente estará registrado nos futuros livros de história dos games, retro sites e por aí vai. As piadinhas sobre isso também persistirão sempre que o assunto vier à tona. No desespero para jogar seu console rapidamente no mercado, a Microsoft mandou uma banana aos consumidores, terminando por pagar muito caro por isso.

Aventura medieval

Para não dizerem que não mencionei os PCs, é impossível não mencionar o fenômeno World of Warcraft. Desde que foi lançado em 2004, o jogo só fez crescer em número de jogadores e faturamento. Falar de WoW sem usar superlativos é uma tarefa complicada, pois tudo o que envolve o jogo está na casa dos milhões ou até bilhões. As diversas atualizações e expansões tornaram WoW em termos de experiências e conteúdo de jogo uma aventura épica de proporção gigantesca. Particularmente, não gosto de MMORPGs, porém a julgar pelo nível de “vício”, e da capacidade desse jogo em tragar o jogador para esse universo fantástico, fico impedido de fazer qualquer crítica a um game assim. Por sinal, WoW é um fenômeno de tal proporção que quase se destingue dos demais MMOs. É algo na linha de “World of Warcraft e o resto”.

Posso estar enganado, mas antes de WoW, os MMOs eram meio que considerados como “aqueles games esquisitos para coreanos”; hoje em dia por outro lado, é um gênero bastante popular, daquele tipo que até quem não é jogador típico de video game conhece e joga.

DS e Wii – os fenômenos

Em 2004 a Nintendo estava bastante por baixo. O GameCube estava mal das pernas, em processo de decadência. O Game Boy Advance por sua vez, embora estivesse bem de vendas, não tinha nada lá muito de especial que não fosse Pokemon. Foi nesse ambiente que o DS (então com o nome de projeto “Nitro”) foi anunciado. A primeira vista parecia um aparelho estranho, com suas duas telas (“Como assim, pra quê ter duas???”), tela de toque, caneta, microfone…Na época vários analistas e gênios do jornalismo não levaram o então futuro console a sério. Especialmente após surgirem as primeiras informações do PSP, tem quem decretasse o fim da liderança da Nintendo no mercado de portáteis. Até mesmo um certo site de games aqui do Brasil chegou a afirmar com toda a pompa que o DS se tratava de ser o “portátil errado na hora errada”. Todavia a realidade é que o DS se tornou o maior fenômeno da história dos video games, sendo simplesmente o console mais popular do planeta. Inclusive, em pouco mais de quatro anos já conseguiu a façanha de passar a base instalada do Playstation 2 nos Estados Unidos.

Não foi por acaso, uma vez que o DS tem uma biblioteca de jogos das mais felizes. Primeiro porque após anos de ausência, em 2005 finalmente Mario voltou aos games de ação 2d com o megasucesso New Super Mario Bros. Foi esse game que principalmente catapultou o DS para a suas vendas estratosféricas. Itroduziu também novos sucessos dos games da chamada “touch generation”, como Brain Age e Nintendogs, além da instrodução de séries de grande sucesso como Inazuma Eleven, Professor Layton, Ace Atorney (esse teve um game para GBA, mas apenas no Japão), etc. Outra série que voltou com grande força no DS foi Dragon Quest, primeiro com os remakes da trilogia lançada originamente para o SNES, e depois com best seller Dragon Quest IX, que teve mais de quatro milhões de unidade vendidas somente no Japão. O gigantesco sucesso do DS certamente colocará muita pressão sobre seu sucessor, o 3DS, pois se a herança por um lado é brilhante, por outro é bastante pesada.

O Wii por sua vez foi um caso parecido, porém mais extremo. Gigantes da análise gamística do nível de Michael Patcher para baixo sacramentaram o fracasso do Wii. Frases da linha “a próxima geração de consoles será uma corrida entre dois cavalos e um pônei” eram influentes entre 2005 e 2006. Especialmente depois que a Nintendo deixou claro que o Wii não seria tão mais poderoso tecnicamente que o GameCube, enquanto que os vindouros Xbox360 e Playstation 3 seriam HD e exibiriam gráficos supostamente cinematográficos. Entretanto, o Wii dispunha de um verdadeiro full house na manga, o Wiimote. A nova interface de controle proposta pela Nintendo revolucionou o mundo dos video games a ponto de fazer Microsoft e Sony rever suas estratégias as pressas, culminando no lançamento do Move e Kinect respectivamente. Para estabelcer o Wii como fenômeno, a Nitnendo não precisou de campanhas milionárias de marketing, mas sim de por as pessoas para experimentar o wiimote com Wiisports, um dos best sellers da geração. O efeito foi imediato, com milhares de pessoas formando filas em todos os lugares e consoles esgotados por anos. Até me lembro de quando fui para os Estados Unidos em janeiro de 2009, e na época não se achava o Wii onde quer que fosse.

Seja como for, o fato é que o Wii superou todas as expectativas, ultrapassando os concorrentes em todos os aspectos. Tal qual o DS, o Wii também estabeleceu seus clássicos como os recentes New Super Mario Bros Wii e Donkey Kong Country Returns, Metroid Prime 3, Super Smash Bros Brawl, Super Mario Kart Wii, Super Mario Galaxy, Monster Hunter Tri, etc (será que o próximo Zelda entrará na lista? Veremos…). Após um período de baixa em parte de 2009, o console recuperou-se em 2010, tendo terminado o ano como o console mais vendido entre os de mesa. Para esse ano a Nintendo promete grandes lançamentos como The Last History, Zelda e até cogita-se Dragon Quest X. Mas quanto a isso só o tempo dirá.

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Será que esqueci de algo ou desconsiderei algum acontecimento? O que acharam? Os comentários estão aí para vocês darem vossos apartes. Abraços e até o próximo post.

André V.C Franco/AvcF – Loading Time.

16 thoughts on “Um resumo (mas resumido mesmo) da primeira década do século XXI

  1. O lançamento do PSP foi um fato importante tmbm, pois finalmente a Nintendo tinha um concorrente digno para o ramo de portáteis. Tem seus problemas e talz, mas merece considerações.

    A compra da Rare pela Microsoft, foi um momento marcante (pelo menos pra mim) da década, li a noticia mais de 30 vezes seguidas na Nintendo World!!!!

    O primeiro Sonic pra uma plataforma não Sega, não foi bem um momento marcante da década, mas pra quem acompanhou a guerra Sonic vs Mario, foi bem estranho ver o nome NINTENDO antes do logo da Sega, que no meu caso foi com Sonic Advance. Não é nada de extremo que merecia consideração, mas foi algo que me lembro bem hehe

    As 3RL me assustam hehe, comprei o Xbox 360 por comodidade, gosto muito do PS3 e cogito adquirir um Wii se o Kinect não emplacar, mas o xbox me apareceu em uma oportunidade interessante. A placa dele é a mais nova, Jasper, e parece que não da tantas 3RL como as anteriores, mas ainda me deixa preocupado hehe!!!

    Comentário do AvcF: verdade, teve isso da compra da Rare, quando estava escrevendo não me lembrei de incluir. Depois do trabalho verei de atualizar o texto com isso. Valeu pelo toque.

  2. só sendo chato e dizendo que são três ace attorney de GBA que foram portados pro DS e três nativos, totalizando até então 6 jogos (e agora ta saindo o investigations 2).

    além disso houveram dois remakes de dq, o 4 e o 5, e entao o 9 (esse ano sai o 6 em ingles)

    no mais, acho relevante pra nós a criação do zeebo

    valeu

  3. É que é um resumo, mas foi marcante pra mim ver 2 empresas correndo atrás do prejuízo por desconsiderarem o anvanço inegável com o Wiimote…

  4. O fracasso do N-Gage acho que foi comparável ao Vitual Boy da Nintendo! Pensei que só eu achasse o Sunshine um game fraco, também considero o pior game 3-D do Mario! Ainda bem que o Galaxy voltou com tudo na série! Fico curioso em saber qual será a próxima inovação ou revolução que a Nintendo vai inserir no seu próximo console de mesa. Estou muito ansioso para saber novidades sobre o novo Zelda

    * – * The Last Story ainda não foi confirmado a versão americana, que por sinal até agora confirmado mesmo para o Wii só tem Zelda. Queria para esse ano, Xenoblade, The Last Story e Zelda claro!

  5. belo resumo, li tudo e achei bem legal.
    Como e bacana saber que tem alguem q escreve sobre a industria/jogos em portugues e q nao e ista!!!

    ta vc gosta bastante da nintendo,mas vc nao puxa o saco deles! XD

  6. CADÊ O IPHONE???????? huaehueauheauha
    é meio estranho mas o iphone foi uma revolução nos telefones!!! ainda mai a compra de jogos online para um portátil onde o principal não são os jogos (tá, tb é, mas não necessariamente)! =)

  7. Bom post. Mas a primeira década do século XXI já foi embora há muito tempo. Foi de 2000 até 2009. Anos 2000. Esse post faria mais sentido no fim de 2009 ou no início de 2010. Mas é um bom post.

    Comentário do AvcF: agradeço o elogio, porém você está errado quanto seu conceito de década. Isso porque datas se contam, e não se medem, como você fez. Resumindo, todo milênio, século e década começam pelo ano 1. Assim sendo, o século XX começou em 1901 e terminou em 2000. E o atual século XXI começou em 2001 e terminará em 2100.

  8. Faltou ainda, a consolidação do PC como plataforma de jogos tao popular quanto consoles. Ja que muita gente monta pcs com jogos em mente. A briga das empresas de placa de video e etc…
    Acho que foi um fato bem relevante.

  9. Faltou uma coisa. A lanterninha da Sony com o PS3… O que levou a gigante e experiente empresa que fez a nós todos comprar um PS2 a perder desta forma tudo que conquistou? Claro, vendendo um console no lançamento a 600 dólares e uma certa arrogância.

  10. @Zidane Eu não comprei um PS2 e nunca vi muita graça nesse console, mas não tiro o mérito que ele teve e ainda tem de ser um console com uma gama gigantesca e variada de jogos. Avcf uma perguntinha à você, será este o primeiro Mortal Kombat (9) que vai prestar em um longo tempo?! Estou confiante que dessa vez vai!

  11. Concordo com tudo deste post!

    Eu colocaria mais umas coisas aí também (além do que os colegas já postaram): O fim da SNK.

    Também colocaria junto do fim da SNK a sacramentação do fim dos Arcades com a importância que tinham até a década anterior. Uma empresa que morreu junto com seu principal mercado.

    Também colocaria a tentativa brasileira (com um toque da Qualcomm é claro…) de realmente fazer um videogame: Zeebo.

    Também colocaria a ascensão da pirataria com a popularização das redes P2P e suas variantes.

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