Repostagem: Bad Trip – Predator – NES

Saudações aos digníssimos leitores.

Continuamos de vento em popa, de pouco em pouco vamos repondo todo o material que o Loading Time tinha na rede. Vamos a mais um Bad Trip, cuja análise retratou mais uma dessas desgraças de adaptações de filmes para jogos de videogame: Predator, lançado originalmente para o saudoso NES. É um texto que esculachei pra valer essa porcaria de jogo, peguei pesado mesmo, foi divertido até. Para quem não leu antes, vejam mais um jogo lamentável especialmente pinçado da lata do lixo dos videogames. Quem já leu, relembrar nunca é demais.Texto na continuação do link. Abraços e até.

Vocês leitores deste distinto blog, independentemente de quanto tempo perderam de suas vidas com os jogos eletrônicos, sabem que games baseados em filmes (tirando um ou outro raro gato pingado siamês) sempre são sinônimos de lixos feitos sob a pressão de orçamentos ridículos e prazos de desenvolvimentos menores do que o tempo necessário para se cozinhar um pacote de macarrão instantâneo. E.T para o Atari 2600 lançou a maldição que ainda assombra esses malfadados jogos que insistem em ter seus quinze minutos de fama antes de serem impiedosamente destruídos pelos reviews das revistas e sites mundo a fora.

A escória da vez será um joguete safado que foi baseado em um dos filmes mais bacanas estrelados pelo querido Governator Arnold Schwarzenegger: Predator – Soon The Hunt Will Begin, ou se preferir na língua trazida por Camões, O Predador. Como uma espécie de tradição macabra dos jogos ruins, é impressionante como eles sempre reúnem a pouca qualidade que costumam ter nos seus minutos iniciais, enganando tempo suficiente para levar o pobre coitado a encarar ao menos uma partida inicial. Predador seguia essa receita a risca e foi o suficiente em sua época para pegar um bobo de dez anos de idade, no caso eu.

No cinema e no VHS, Predador era um excelente filme de ação com muita porrada, tiros, explosões e efeitos especiais incríveis. Só a cena do alienígena levantando o Schuazza, no auge de seus músculos, com apenas um braço já valia o filme. Quando tive aquele cartucho preto em minhas mãos pela primeira vez, eu ficava imaginando como seria enfrentar o todo poderoso Predador naquela claustrofóbica selva da América Central.

Logo ao ligar o jogo, tinha uma abertura que dentro das limitações do NES imitava o comecinho do filme, com a nave mãe dos alienígenas se aproximando da Terra e lançando uma nave menor com o temido vilão, para ele testar seus brinquedos no pessoal daqui. Logo em seguida uma imagem digitalizada do Governator com um efeito sonoro tentando simular um tiro. Aí aparece o Predador. Tudo muito bonito, tudo muito legal.

Ilustrações baseadas em cenas do filme se sucedem com o textinho explicando a história como no filme, tudo com uma musiquinha que era bem executada e dava o clima certo. Mas quando enfim começa, que tragédia. Quer dizer, seria tragédia se não fosse cômico. A começar pela sprite do personagem principal, que provavelmente nunca teria passado pelo crivo do tio Arnold, com aquela horrível calça pink com botas cor de rosa bebê. Um luxo, menina!

Além da roupinha pouco convencional para se usar em uma selva, a tela inicial da primeira fase já era uma amostra do quão sensacional seria o resto do jogo. O personagem foi desenhado empunhando uma arma (se bem que poderia ter empunhado um secador de cabelo ou uma chapinha, vai saber), porém você precisa pegar a metralhadora que flutua no canto superior esquerdo pra poder atirar, como se isso não fosse bizarro o suficiente, seu primeiro inimigo é uma pedra que anda. É isso mesmo. Você não leu errado. E ainda por cima ela piscava de um modo meio enigmático.

O design de fases era completamente frustrante, já que não dava para saber onde dava para pisar e onde o boneco simplesmente atravessava e ia direto para o buraco. Por falar em morrer, uma implementação que não fazia o menor sentido era que se desse uma espancada nos botões o personagem simplesmente se suicidava em uma explosão. Talvez os programadores já soubessem da bomba em que trabalhavam e colocaram isso para aliviar a dor de algum otário que tivesse comprado essa porcaria.

Os inimigos eram outra atração à parte, com escorpiões que pareciam bostas ambulantes, a famigerada pedra andante, uns bichos gosmentos que atiravam coisas irreconhecíveis, além de militares bêbados que pareciam não saber a onde e o que estavam fazendo. Passando algumas fases, enfim nos deparamos com o Predador, e mais uma decepção: o poderoso vilão do filme era uma criaturinha ridícula que além de ser menor que o boneco do jogador, sua tática de ataque consistia em dar uns pulos e cair sentado no chão. Era de arrepiar a nuca.

Mas a grande atração do jogo era sem dúvida o Big Mode, como o próprio nome diz aqui o jogo utiliza sprites bem maiores e o jogo muda de (falta de) dinâmica. Esqueçam tudo o que vocês sabem sobre drogas, esqueçam do I-Dozer. Essa é da pesada. Aqui uma tosca representação do Schwarzenegger (sem as calças rosa) fica correndo no meio do nada tentando acertar o Predador que flutua e desaparece de modo totalmente aleatório pela tela. Em meio a tudo isso montes de elementos inverossímeis e uma mistura de cores, tiros, inimigos com nada fazendo sentido. Talvez o nome Drunk Mode ou Addicted Mode ficaria razoável como título.


Dorgas, mano.

Enfim, o resto do jogo segue nessa toada ridícula em rumo à frustração total e posteriormente a lata de lixo dos piores de todos os tempos, ao lado de tantas outras tentativas de transpor os filmes para os videogames. Não dá para entender como os produtores podem permitir que atrocidades como essa possam chegar às prateleiras e queimar o filme de marcas famosas e consolidadas. O Predador ainda teve uma continuação muito legal no cinema com o Danny Glover, para finalmente ser estragado junto com o Alien e descer ao fundo no poço na continuação que vai sair no final desse ano. De misterioso e implacável caçador à mero matador de adolescentes. Triste.

Em homenagem ao Fernando, que ousou terminar essa porcaria e até hoje sofre com movimentos involuntários na pálpebra do olho esquerdo.

AvcF – Loading Time

Publicado originalmente em 10 de outrubro de 2007

7 thoughts on “Repostagem: Bad Trip – Predator – NES

  1. bem, esse jogo é dificil mas eu cheguei ao fim….
    Acho que o jogo poderia ser melhor….mas fiel ao filme.
    Eu tenho saudade desse game sim e conheço poucas pessoas que gostem desse jogo….apenas eu.
    obrigado por postar esse jogo ruin e tão saudoso ao mesmo tempo.

  2. Não axo esse jogo uma droga como vc diz, gostei muito dele e já virei inúmeras vezes e, além dos gráficos simples e das cores da roupa, isso não impede do jogador se divertir em plena ação.
    Pode não ser muito pra ti, mas pra mim marcou uma época dos consoles de 8-bits: Master system e dynavision 4.
    Seria bom não criticar o jogo tão gravemente como fez, deixe q cada um crie seu conceito após completá-lo.

  3. poxa cara vc deve ser mais um daqueles playboys jogadores de merda ,nao sabe curtir um jogo simples e muito bom de jogar ,seu artigo ficou uma merda parabens.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *