Meus centavos sobre a conferência da Sony

Saudações aos leitores.

Ontem teve uma importante conferência da Sony em Nova Iorque, cujo principal assunto foi o anúncio oficial do Playstation 4 alguns de seus primeiros jogos e informações. Como (felizmente) estou atarefado, o post aqui será mais curto que o usual, e então abordarei rapidamente alguns tópicos referentes ao que pude ver ontem. Antes de mais nada, seguem alguns videos aqui:

Começo pelos pontos positivos:

Manutenção da marca

Pode parecer bobagem ou até falta de originalidade, mas considero positivo a manutenção da marca Playstation 4. Primeiro porque mudar abruptamente seria uma espécie de admissão de fracasso por parte da Sony em relação ao PS3 (da mesma forma como foi com o PSP e Vita), e segundo porque a Sony transformou a marca Playstation em toda uma plataforma que engloba não apenas o console como também sua rede online (Playstation Network). Dessa forma, mantendo o nome Playstation, facilita a identificação do console não apenas com os entusiastas e rardecores, mas com o público comum. Afinal, todo mundo sabe o que é um Playstation e o que esperar dele.

Controle

Não morri de amores pelo novo modelo de controle, mas ele me pareceu uma boa evolução em relação do Dual Shock 3. Me pareceu mais bonito também. Aquele touch pad parecia meio esquisito, mas ainda prefiro esperar para ver como futuros games podem usar aquilo.

Suporte das terceirizadas:

Diferente da Nintendo que apenas conseguiu meia dúzia de ports e comprou uma franquia da Capcom, a Sony realmente faz um esforço notável para atrair suporte de peso para seu console.Durante a conferência houve não apenas um grande foco em mostrar o novo console como uma máquina amigável e acessível aos desenvolvedores, como também uma plataforma bem mais viável que a anterior, o que leva ao próximo tópico.

Menos megalomania

O que mais gostei nessa conferência foi o tom bem menos megalomaníaco do que aquele empregado em 2005. Sem pretensões ridículas de ser “a máquina que dominará a sala de estar”,”você deveria trabalhar mais para comprar um PS3” “o player de blu-ray definitivo”. Embora não tenha sido dito na hora, informações posteriores (até vi uma reportagem do Jornal da Globo que citou isso) dão conta de que o preço ficará na casa dos U$$ 450 – caro sim, mas ainda bem menos do que o estratosféricos US$600 do PS3. Além disso, as novidades e recursos tinham a experiência do jogador como horizonte, diferentemente do PS3 que terminou como um George Foreman Grill cheio de entradas e recursos inúteis.

No quesito técnico apesar das specs altamente expressivas – o que teve de rardicore nos foruns tendo orgasmos com os 8 gigas de memória RAM DDR5 – dessa vez a Sony optou por um console sem processadores e demais componentes “de outro mundo” que eram tão complexos, mas tão complexos que todos os games de lançamento simultâneo rodam melhor no Xbox 360.

Expansão da PSN

Quanto mais opções ao jogador, melhor. Assim, a Sony quer tornar a rede PSN ainda mais versátil e cheia de recursos para o jogador. Por um lado, achei meio bocó aquele recurso de gravar a jogatina e enviar a amigos e nem me importo com todos esse trecos de comunidades online e tal, porém certamente há quem goste e se você pode dar essa opção, por que não? Além disso, as diversas novidades apresentadas eram de alguma forma todas voltadas ao gameplay, diferente de firulas inúteis como twitter e afins.

Agora os pontos negativos:

Monotonia

Acho incrível como a Sony simplesmente não consegue fazer uma conferência que não seja monótona, insípida e fria. Entre um anúncio e outro, blábláblá eternos e chatíssimos discursos proferidos por gente que qualquer um que não seja um típico rardecori de fórum sequer tem idéia de quem seja. Não bastasse a prolixidade, ainda por cima o que originalmente era para ter durado no máximo uma hora e meia passou de duas. Foi tanto falatório que até sobrou um tempinho para falar sobre um detalhezinho chamado jogos. E por falar neles, o que diabos foi aquela apresentação do tal Witness senão um potente sonífero? Ou ainda a modorrenta apresentação do tech demo do Quantic Dream, que passou uma eternidade mostrando uma cabeça modelada? Sem contar a soporífera apresentação daquele jogo génerico de corrida, tão banal que sequer houve nem aqueles aplausos protocolares por parte dos presentes. Não sei, mas se essa apresentação for indicativo para algo, teremos mais uma monótona apresentação da Sony na próxima E3.

Call of Zone

Em 2005 Killzone foi protagonista de um dos primeiros vexames do PS3 com aquele lendário video pré-gravado travestido de gameplay. Naquela época os sonistas de então depositavam grande esperança de que aquela farsa em forma de jogo seria o “Halo Killer”, gerando durante anos uma débil discussão entre rardicoris. Pois bem, quase oito anos depois, eis que inventam mais uma apresentação do infame Killzone, e novamente com um cheirinho de fake no ar. A única diferença dessa vez é que o medíocre game de tiro se prestou a ser uma reles imitação de Call of Duty – o que por óbvio não empolgou ninguém.

Wii U fazendo escola

Depois os sonistas reclamam daquelas piadinhas na linha do “Nintendo faz,Zony copia”, mas o que dizer depois que a Sony à melhor moda Wii U anuncia seu novo console mostrando seu nome, logo, controle e nada mais? Cadê o console, Sony? Ou vai dizer também que o aparelho não tem importância e que o essencial é conhecer o controle? Bizarro que nenhum jornalista perguntou isso.

Vita

Vocês se lembram daquele portátil da Sony que era o sucessor daquele outro…o como era mesmo o nome, PSP? Sabem, tinha um nome em latin…Ah, o Vita, sem lembram? Pois é, nem a Sony. Apesar de, com o perdão do trocadilho ruim, estar bem mortis, a Sony não se preocupou em anunciar nada para o console. Novos games? Corte de preço? Promoções? Novos modelos? Nadica de nada…dessa forma fica-se com a impressão que a Sony não dá a mínima para o público que comprou o console com a promessa de que teria no mínimo um suporte melhor que o antigo PSP. Pior que no único momento em que foi mostrado, o Vita apenas foi exibido como parte do tosco Cross Play, uma cópia cara e e sem vergonha do recurso Offscreen presente no Wii U Pad. Sério, Sony, quem diabos vai morrer uma bela grana em um Vita somente para usá-lo como um controle extra com tela do Ps4?

Square-Enix e Blizzard – o momento patético da noite

Sem dúvida o pior da noite foi a patética apresentação da Square Enix, que pode ser definida como o máximo da vergonha alheia. Primeiro perderam um tempão mostrando um video repetido do tech demo Agni’s Philosophy, para em seguida com um dos melhores “engrish” que já vi, um dos japas presentes falar algo do tipo “então galerê, faremos um novo Final Fantasy para o PS4 e tal e… aguardem pela E3! Bjos me liga!” Até cheguei a ficar com dó dos sonistas da internet, que naquele momento certamente devem ter passado por uma disfunção erétil coletiva. Pois é, amiguinhos, não foi dessa fez que foi anunciado o remake de Final Fantasy VII – ou mesmo o vaporware conhecido por Final Fantasy Versus XIII.

Se bem que a Blizzard não foi menos vexatória. Apesar de toda pompa e circunstância, tudo o que tinham a anunciar era um bizarro port do decepcionante Diablo para PS3 e PS4. E só. Não é piada, foi só isso mesmo.

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No fim das contas foi um evento razoável, muito chato em diversas partes, mas também bastante ilustrativo sobre o que esperar do PS4. Claro que a Sony não soltaria todas as bombas antes da E3, se querem saber até que achei que foi revelado bem mais do que eu supunha. Veremos mais na E3.

Até o próximo post.

AvcF – Loading time.

7 thoughts on “Meus centavos sobre a conferência da Sony

  1. O primeiro jogo mostrado na conferencia não me pareceu nada impressionante, alias, os que mais impressionaram foram as tech demos, que todos nós aqui sabemos que no fim não é igual ao jogo rodando.

    Podemos notar é que aparentemente, todos os jogos mostrados foram basicamente as mesmas coisas feitas na geração passada, mas retexturizadas, é textura pra todo lado. Isso pode se tornar uma tendência para essa geração pra reduzir o custo de produção, acho que as produtoras vão continuar o que fazem nessa gen e vão inserir texturas ali, iluminação acolá e etc. Não notei diferença aparente na modelagem, somente quando a quantic dream mostrou algumas coisas.

    Um outro ponto é que um representante da Sony disse que alguns hits do PS3 podem ser refeitos para o PS4 para lançamento em disco. Seria como as versões HD da geração atual, será que teremos um ´´uncharted retexturized edition´´?

    No futuro terei ou o próximo Xbox ou o PS4 pra fazer companhia ao meu WiiU, mas a Sony ainda não me empolgou.

    1. “E de fato, a Sony mostrou pouquíssimas coisas que justificassem o lançamento de uma nova plataforma, caiu na repetição, na monotonia, e insistiu em copiar, copiar e copiar.”

      Mais do que nunca, eu diria. O PS4 me pareceu um simples PS3 tunado. Terá sim gráficos belíssimos, e espero mesmo que os 60fps realmente se tornem padrão. E só, de resto somente cópia.
      Na parte online o conceito é praticamente o mesmo que o Wii U está fazendo, talvez não tão simples, mas muito semelhante. Já o “PS4 Game Vita Pad” foi a coisa mais grotesca e feita a facão que a Sony podia fazer, tudo para seguir os passos da Nintendo, como sempre.
      Todo mundo baixa a lenha na Nintendo, mas pra mim é disparada a melhor empresa idealizadora e criadora de jogos e consoles.

  2. Eu assisti a conferencia, e caramba Sony, o que vc estava fazendo? Huahua!!! Foi uma apresentação de altos e baixos, concordo com muitas coisas que você disse, menos a parte da Blizzard. Nunca joguei nenhum Diablo, só algumas vezes e rapidamente, mas sei que o 3 não foi uma grande decepção, é na grade um sucesso estrondoso. Se sair pra PS3 como dito, comprarei sem duvidas. Mas independente do jogo, o fato da Blizzard, empresa voltada pra PCs, estar numa conferencia de uma da sony, que produz consoles, é um sinal muito positivo pra marca PlayStation.

    E de fato, a Sony mostrou pouquíssimas coisas que justificassem o lançamento de uma nova plataforma, caiu na repetição, na monotonia, e insistiu em copiar, copiar e copiar.

    E você esqueceu de mencionar como momento vergonha alheia a parte dos muppets versão Move. Que coisa esquisita, o Kinect já faz aquilo muito,melhor sem precisar de acessório extra nenhum. Tem de ver isso ai em dona Sony. Falou Move, falou momento vergonha alheia huahua!!!!

  3. Será que o console será rentável para a Sony?

    É imperativo que seja. E não vejo como atingir isso custando menos de US$ 500 nesses tempos de crise.

  4. Não me vejo empolgado com coisa alguma além do meu 3DS no momento. Estou esperando o lançamento do PS4 pra observar tanto sua linha inicial de jogos quanto o comportamento da nintendo em relação ao Wii U, pra decidir se investirei algum vintém em console de mesa nesta geração.
    Mas pra falar a verdade, o fato de a sony ter apresentado o PS4 como uma “máquina de games”, e não um “george foreman grill multi-task definitivo hiper tech plus 2000”, já me animou bastante só pela abordagem dela, por mais que o setor de PR dela sempre tenha sido péssimo.

    Não me interessava por um console sony desde que troquei meu ps1 por um dreamcast, lá pelos idos de 1999, mas talves isso mude.
    Já o próximo xbox… se metade dos rumores a respeito dele forem verdade, vai passar muito, mas muito longe da minha casa, podem ter certeza.

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