Mais um retorno: Game Contraste – Brawl Brothers (Snes)

Saudações aos estimados seres humanos.

Coloco de volta ao mundo dos bits o Game Contraste, seção que tem por razão de existência fazer a comparação entre jogos ruins com belas capas e vice-versa. Posto aqui o último game analisado dessa forma, na versão antiga do blog, o Brawl Brothers para Super Nes, lançado pela Jaleco. Texto se encontra na continuação do link. Abraços e até o próximo post no Loading time.

Saudações aos frequentadores do Loading Time.

Para o texto dessa semana, resolvi ressuscitar uma velha seção volátil do blog, o Game contraste. Para quem não se lembra, o Game contraste trata de ótimos/bons games com capas ruins e vice-versa. Na volta da seção, peguei um velho jogo de ação do Super Nes, o Brawl Brothers da Jaleco, nome da versão americana de Rushing Beat (até hoje não sei o porquê dessas mudanças de nomes).

É impressionante como os jogos da Jaleco eram mal representados em suas capas, além da óbvia incompetência dos artistas contratados por ela. O caso de Brawl Brothers é parecido com o do game Shatter Hand para Nes, em que uma provável subsidiária norte americana recebe um jogo japonês e não faz a menor questão de saber do que se trata. Para começar, o nome, que na versão japonesa já era no inglês “Rushing Beat”, mudou para o horrível Brawl Brothers, algo que seria um “Irmãos Porrada” ou ainda em uma versão Sessão da Tarde, “Irmãos da Pesada”.

A estrutura da capa segue o esquema tradicional dos jogos americanos do Super Nes, mas a cereja do bolo está mesmo na ilustração. Reparem a expressão do engraçadão aí, vejam se é a cara de alguém que acabou de arrebentar um muro à mão. Ou seus punhos estão seriamente doloridos, ou definitivamente aquele frango com farofa regado a tubaína tutti-frutti, não desceu legal. Ou melhor, desceu e está duro de segurar. Outro ponto ridículo é que apesar dele ter acabado de arrebentar a parede, o desenho não passa qualquer sensação de impacto ou movimento, pior, os tijolos voando estão com perspectiva errada, com tamanho e formato incompatíveis aos da parede. Simplesmente ridículo.

Outro fator constrangedor é o plágio descardamente cara de pau do design do personagem, cujo visual foi feito para imitar (mal) Terry Bogard, famoso personagem dos jogos de luta da SNK. Podem ver, boné, jaqueta, camiseta branca, tudo foi feito para imitar o estilo do Terry. Cheguei a pensar por um instante se essa capa não seria mais uma das “obras” do lixo do Rob Liefeld. O que me deu um frio na espinha, pois descobri que pode existir gente (ou não) pior (ou não) do que ele. A sombra (ou tentativa de) na camiseta do Terry da churrascaria também está errada, ou ele usa algum modelito bizonho com duas cores divididas pela aquela medonha gola “vê”. Nem os emos mais patéticos usariam esse tipo de coisa.

O jogo em si seguia o esquemão tradicional dos jogos de ação da época, tentando imitar os melhores momentos de Final Fight e Double Dragon, até com algum sucesso em alguns instantes. A horrível tela de apresentação assusta, com aquelas letras em degradê esteticamente constrangedor e mal feito. Passada a má impressão inicial, o jogador pode escolher entre cinco personagens genéricos, cujos designs soam sempre como imitação de algum outro jogo, com atributos que não mudam em nada o gameplay do jogo. Ainda sim, a ação é bem executada, com alguns golpes e combos legais, gráficos razoáveis e alguns obstáculos criando variação durante as incontáveis porradas.

Brawl Brothers era o típico joguete feito para se pegar na locadora, gastar algumas horas, para depois jogar fora e nunca mais se lembrar. Não tem absolutamente nada de especial, mas tem qualidade suficiente para ser divertido por algum tempo, especialmente com dois jogadores durante as partidas. Um ano depois, foi lançada a terceira versão de Rushing Beat ( Brawl Brothers era baseado em RB 2) no Japão, com qualidade superior ao do antecessor. Novamente a Jaleco mudou o nome do game para o ocidente, rebatizando para o quase ecológico Peace Keepers, mas o pior é que dessa vez a empresa não se limitou a fazer uma arte horrível para capa, como ainda estragou a arte do próprio jogo, com péssimos desenhos das representações dos personagens nas janelas de diálogos, os gráficos dos golpes especiais foram mal redesenhados e até as músicas conseguiram mudar para pior. Lamentável.

Por fim, Brawl Brothers até vale uma matada de curiosidade em algum emulador, nem que seja só pra ver como é, Perder algum tempo e sumir com a rom, mais ou menos como fiz nos longínquos anos noventa. Pelo menos foi melhor que o Space Ace ou Street Hockey. Até a próxima, amigos.

André V.C Franco/ AvcF – Loading Time.

Publicado originalmente em 7 de junho de 2008

4 thoughts on “Mais um retorno: Game Contraste – Brawl Brothers (Snes)

  1. Esse jogo é péssimo!!!! tem um jogo tb da jaleco chamado rival turf, com somente 2 dos 5 personagens… provavelmente onde tudo começou… parece ser melhor q esse, hehehe.. abraço!!

  2. Não tem sombra nenhuma na camiseta. A capa mostra duas pessoas com suas metades “juntadas”, provavelmente os dois irmãos do título. Cada um veste uma roupa diferente (menos a calça, que é jeans pros dois).

  3. O citado “Rushing Beat 2” na verdade se chama Rushing Beat Ran no Japão. Jogava, era bom pra dar uma distraidinha básica.

    Já o 3º (e último) jogo da série (Rushing Beat Shura) era bem melhor.

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