Game Contraste 2009: Cool World – NES

Saudações aos comuns e especiais.

Vamos a primeira seção de humilhação publica que esse blog irá promover no ano de 2009. É incrível como o NES ainda é farto como fonte fonte de games de qualidade e gosto duvidoso. Mantendo a tradição iniciada no ano que se passou, compararei a qualidade da capa com o que game entrega de fato ao jogador. O título da vez é o mediocre e obscuro Cool World, lançado para o NES em 1992 pela Ocean (aliás, falarei dela no próximo capítulo da série sobre empresas mortas e desaparecidas).

Cool World foi um jogo baseado no filme homônimo estrelado por Kim Basinger e Brad Pitt, quando ele era apenas um mero ator iniciante e nem sonhava que um dia daria uns pegas na Angelina Jolie. Se quiserem saber mais, basta dar uma olhada sobre o filme no IMDB, mas o fato é que se trata de mais uma vítma da extensa lista de jogos ruins baseados em filmes. Em 1992 o NES já estava no final de seu ciclo, Snes e o Genesis já estavam estabelecidos no mercado, porém o console de 8-bits ainda tinha lenha para queimar. Só para ficar em um exemplo, Mega Man V foi lançado naquele ano. Portanto, o NES gozava de uma base instalada enorme, o que o ainda tornava atrativo para muitas produtoras. O cenário ideal para a Ocean lançar seus jogos pega-trouxa.

A capa foi uma dessas criações pefeitas para fisgar incautos a procura de algo para jogar. A montagem seguia os mesmos padrões dos cartazes do filme, apenas trocando a figura de Pitt(que provavelmente não deve ter licenciado sua imagem) por um punhado dos personagens cartunescos que figuram o longa metragem. Como o cenário de fundo foi representado por um espectro de cores quentes, a personagem Holli Would ganha todo o destaque, já que sua posição centralizada soma-se ao contraste dado pela sua tez clara e seu micro vestido branco. Outra jogada inteligente dos designers foi que a personagem foi posicionada um pouco acima do ponto central da composição, ao mesmo tempo a personagem tem um olhar de cima para baixo, o que cria uma ilusão de ótica que a torna maior do que realmente é (fora a expressão maliciosa).

É o tipo de capa que não inova em nada, mas era o suficiente para fisgar a atenção de um desatento em uma loja ou locadora de games. É o velho truque da publicidade aplicada aos videogames: quer vender e não sabe como? Bote uma gostosa na foto e bingo! Agora é só esperar as verdinhas aparecerem e seja feliz. É manjado mas sempre funciona.


Holli Would no filme.

Cool World como jogo era apenas mais um mediocre jogo de ação e plataforma entre tantos que o NES teve durante seu ciclo. Graficamente não era ruim para os padrões 8-bit, seus cenários e paleta de cores foram construídos de modo a imitar a estética do filme,pelo menos até onde o console podia alcançar. Ainda sim, as sprites eram bem feias, em especial a do detetive Harris, que mais parecia um anão com bócio. Ao contrário do filme, tudo era mal animado, confuso e mal implementado. Os cenários praticamente só usavam combinações de muito roxo, azul e verde (todos berrantes) o que tornava muito difícil de distinguir o que era uma plataforma e o que era apenas parte do ambiente. Obviamente que isso causava muitos movimentos errados e muita frustração, em um irritante jogo de tentativa e erro que não ajudava em nada na experiência de jogo.

A ação geral era lenta e desconexa, pois o jogo não lhe dava a menor idéia de onde ir e do que fazer. Não havia qualquer forma de mapa nem nenhuma mensagem textual dando alguma dica ou objetivo. Havia algum chefão para matar? Tinha que encontrar o esconderijo de Holli? Achar a saída da fase? Assobiar e chupar cana ao mesmo tempo? Impedir a queda das bolsas? O resultado era algo absolutamente confuso e aleatório, com sequências de telas que levavam do nada ao lugar algum, inimigos genéricos e gameplay tão lisérgico quanto chá de lírio. Talvez se viesse um baseado de brinde na caixa do jogo ele teria sido melhor aproveitado.


O video é mais eletrizante do que basquete de areia sub-17 em câmera lenta.

Enfim, não há bela mulher em uma capa que possa melhorar um produto ruim. Cool World ainda teve versões para Super Nes e Gameboy, igualmente ruins e merecedores do ostracismo em que estão até hoje. Exatamente como no filme, não se deixem seduzir pelos encantos de Holli Would e fujam dessa porcaria de videogame. Será um tempo perdido jamais recuperado.

Abraços e até o próximo post.

André V.C Franco/AvcF – Loading Time

5 thoughts on “Game Contraste 2009: Cool World – NES

  1. Nossa, que podreira, nem sabia que tinha um game desse filme, muito ruim mesmo hei. Cara, o personagem anda só em um plano, já os inimigos………… Ahh, detalhe para o pulo da bichona, rsrsrsrsrs. Abraços

  2. Na verdade nunca acreditei nessa capa pois na contra capa tive uma idéia do que viria como jogo e sobretudo porque o filme, que assisti vários anos depois se mostrou exatamente como eu o imaginava na época de seu lançamento igual a essa capa: levando em conta a antagonista Holli Would que na capa é a isca para os jogadores, com um apelo sensual indiscutível, no filme a personagem que foi interpretada por Kim Basinger (não sei como ela foi parar ou se vender para esse lixo) é a isca para os mais desavisados sobre bons filmes, que buscam apenas ver a loira em trajes menores.
    Não estou certo mas acredito que o filme é chamado aqui no Brasil de “Mundo Proibido” e veio na década de 90 após o grande sucesso de “Uma cilada para Roger Rabbit” e é engraçado como a história se repete em ambos os casos: Enquanto o filme do coelho maluco casado com a estonteante Sra. Rabbit (que de coelha só se assemelha as playmates da Playboy) dá uma sova no filme de Pitt e Basinger no quesito diversão e trama. O jogo “Who Framed Roger Rabbit” é muito mais interessante que “Cool World”, que de legal só o nome e isso na mesma plataforma ou seja no velho e bom NES.

  3. É esse mesmo o nome brasileiro, Mundo Proibido. Tinha uma época que repetia direto no equivalente da Seção da tarde do SBT. É engraçado que é um daqueles filmes com cara de começo de carrera, tive essa impressão da última vez que vi. A animação até dá umas enganadas, mas em boa parte do tempo é rotoscopia pura. De fato o Roger Rabbit é mil vezes melhor como filme, mas como game foi mal também, até o Angry Videogame Nerd já detonou com esse jogo.

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