Entre mortos e desaparecidos 2: Acclaim

Saudações a vocês.

Segundo capítulo da nova série de empresas que foram para o saco ou simplesmente desapareceram. No post de hoje falarei de uma empresa que simplesmente desapareceu do mapa, embora não faça falta alguma: a Acclaim. Texto na continuação do link, como sempre.

Fundada em 1987 nos Estados Unidos, a Acclaim foi uma empresa que conheceu o céu e o inferno no mundo dos games. Em toda a sua história a empresa sequer fez um único game memorável, mas mesmo assim chegou ao patamar de ser milionária, além de possuir diversas marcas de peso sob sua carteira de clientes. O fato é que, sem papas na língua, posso dizer que a Acclaim foi uma das maiores produtoras de lixo do mundo dos games. Porém, o fato é que eles eram muito bons para vender suas porcarias, essa é que era a verdade.

Quando eles surgiram, o NES estava no seu auge, era o console que havia salvo o mercado de videogames nos Estados Unidos, já tinha diversos games de peso e detinha cerca de 90% do mercado. Afinal, quem não iria querer uma migalha dessa mina de ouro? A tática da Acclaim para se estabelecer nesse mercado foi bem esperta: lançar games baseados em marcas e programas famosos da televisão e do cinema. Nesse esquema saiu games pavorosos baseados nos Simpsons, WWF, De volta para o Futuro, Roger Rabbit, entre outras porcarias sem qualquer qualidade. Ela foi responsável também pelo lançamento de Total Recall (aqui o filme saiu como O Vingador do Futuro), considerado pela EGM USA como um dos piores jogos lançados para o 8-bits da Nintendo.


Governator pagando de gatão em Total Recall

Quem ligava para qualidade quando verdadeiros “bam-bam-bans” da mídia figuravam as capas de seus jogos? Afinal, ter o Arnold Schwarzenegger ou o Hulk Hogan na capa de um jogo já era o bastante para um pai desavisado levar o joguete suuuper legal imaginando a suprema diversão de seu pimpolho. Se o importante não é ser feio, mas estar na moda, no mundo dos games o lance é vender mesmo sendo ruim. O único problema era a rigidez com que a Nintendo tratava o lançamento de jogos por parte das produtoras terceirizadas, chegando ao ponto de limitar até a quantidade de jogos lançados por ano para cada produtora. Foi aí que se apelou para o famoso truque da criação de empresas, com o selo LJN (quem não se lembra da Konami com seu Ultra Games?), também responsável pelo lançamento de atrocidades como X-Men, Beetlejuice, The Karate Kid, Jaws, Bill and Ted’s Excellent Video Game Adventure (Keanu Reeves tem mesmo a capacidade de estragar qualquer coisa em que apareça), melhor parar aqui ou o texto começará a feder.

Talvez o que a Acclaim tenha feito de melhor no NES foi o lançamento para o ocidente de Double Dragon 2 e 3, provavelmente os melhores games que eles publicaram em sua existência.

A década de noventa

Em time que está ganhando não se mexe, correto? E foi exatamente o que a Acclaim fez na geração seguinte. No lugar da LJN ela criou o selo Flying Edge, assim como permaneceu no esquema de lançar games com marcas consagradas da televisão e do cinema. Mas a jogada de mestre foi a exclusividade sobre as versões console da franquia Mortal Kombat, sucesso dos arcades e fenômeno cultural daquele inicio de década. Eu já falei antes dessa franquia aqui no blog, mas basta dizer que a exceção da segunda versão, todos os jogos variam do medíocre ao muito ruim, mas como disse antes aqui nesse texto, quem se importa? Com versões para PC, Super Nes, Genesis, Master System, Game Gear, Game Boy, Fogão Dako, Microsystem CCE, chuveiro Lorenzetti, calculadora eletrônica do Paraguai, Almanaque de atividades da Turma da Mônica e coxinha de frango com catupiry da cantina da escola, a Acclaim ganhou os tubos nessa época, cujos lucros se tornaram pornográficos de tão altos.

Claro que as porcarias midiáticas continuaram, jogos como Batman Forever, Spawn, Spider Man and Venom: Separation Anxiety, mais Simpsons, mais WWF, Revolution X, Cutthroat Island, continuaram a ser lançados, para desespero dos críticos de jogos. Pelo menos na geração seguinte as coisas melhoraram um pouco com o lançamento do bom jogo de tiro Turok, para Nintendo 64. A segunda versão era melhor ainda, teve também os aceitáveis Extreme G 1 e 2, mas não tem jeito, a Acclaim não se agüentava para lançar um game ruim e aí vieram os lixos baseados em South Park, uns piores do que os outros. O Playstation não ficou de fora da festa e também recebeu um circo de horrores para a sua biblioteca de jogos, com medonhos simuladores como NFLs da vida, Dave Mirra Freestyle BMX, além de versões ainda piores de porcarias lançadas para o N64.


Batman Forever nos arcades. Alguém entendeu o que ocorre aqui?

Na geração seguinte ainda fez o favor de estragar de vez a franquia Turok, com o abismal Turok Evolution, que se é que evoluiu em algo foi da categoria horrível para lixo nuclear.

A ida para o vinagre

Tudo na vida tem limite, até a ruindade. Lançando tanto lixos por tanto tempo, era inevitável que uma hora a Acclaim sentiria os efeitos colaterais de tantas diarréias que soltou no mercado de jogos. Em 2004 finalmente a companhia foi para a cova, e enterrado em pé, para ocupar menos espaço. Depois do constrangedor BMX XXX, de fato ela deveria ter pedido para sair. Não faz a menor falta, pior, o mercado de jogos até deve ter ganhado alguma qualidade com a saída da Acclaim. Uma a menos.

Depois de alguns rolos que nem perderei tempo em descrever, um idiota qualquer resolveu comprar a marca e hoje o que existe é a Acclaim Games, empresa dedicada em lançar MMORPGS obscuros e insignificantes até para os coreanos mais bitolados. Que continuem obscuros. O fato é que aquela Acclaim que conhecíamos não existe mais. Ainda bem.

Próximo capítulo – Data East

André V.C Franco/AvcF – Loading Time

19 thoughts on “Entre mortos e desaparecidos 2: Acclaim

  1. O Dave Mirra é muito estranho mesmo, só joguei mesmo porque sou fanático por BMX. O BMX XXX eu só vi o trailler antes de seu lançamento, e era tão bizarro que era engraçado, se perigar eu ainda devo ter o vídeo salvo em algum lugar.

  2. Nossa, tenho pesadelos até hoje por causa desse Turok Evolution! Cheguei a joga-lo nos consoles, mas não contente com isso ano passado consegui uma versão para PC, foi uma das experiências mais traumaticas que tive, acreditem, a versão para PC era ainda pior que a dos consoles, pode parecer impossivel mas era! Só de digitar “Turok Evolution” a tela do meu PC dá uma piscada! Enfim, foi muito ruim mesmo. Já estou na espera de novas atrocidades. Abraços.

  3. Infelizmente a indústria dos games é cheia de atrocidades. Por isso eu sempre espero algo pior! Depois de tanto sofrermos com games HORRIVEIS, pelo menos a gente se diverte com isso agora. Abraços

  4. hein
    nao e o bmx xxx q tem as mulherzinhas peladas andando de bmx?
    XD
    uma vez vi uma foto e achei pior q jgos 2d pra snes XD(tirando star fox ~~)

  5. Na minha opinião a Acclaim conseguiu ser a pior softhouse de toda a história…eu ia citar a LJN e Flying Edge como softhouser horrorosas pois não sabia que era a Acclaim que tinha criado elas…então ela conseguiu o feito supremo de sozinha ser as três piores softhouses de toda a história…=[

  6. Como disse no final do texto, que continuem obscuros com esse esquema atual de MMOs. Suas marcas são tão zicadas que nem na mão de terceiros a coisa funciona, vide o último Turok que saiu. Dos games que joguei dela e ainda tenho, talvez o Extreme G seja o único com alguma qualidade.

  7. hein a acclain fez burnout 1 e 2 Oo
    e o jogo q gostava deles e NBA JAM jogava muito esse jgo quando tinha meu snes XD
    hoje so emulação legal ~~

  8. NitroxxBR, concordo com você sobre o NBA JAM, era muito legal mesmo, eu sempre jogava com os amigos, um multiplayer excelente. Mas convenhamos, Burnout só virou sucesso depois da terceira versão, a qual introduziu os Takedowns, esses que viraram a “marca” da série. Acho que o crédito disso se deve à Criterion. Abraços.

  9. Ahh não sei não hein NitroxxBR, acho que a Criterion poderia ter colocado aqueles elementos como o Takedown, em qualquer outro game, ou ter feito um do zero que ficaria bom do mesmo jeito. Mas fazer o que né, nunca saberemos se isso seria possivel. Abraços

  10. Protesto!
    A acclaim lançou mta porcaria mas, tb lançou jogos bons(na época do n64) segue a listas dos jogos dela q eu axo bons:
    turok 1
    turok 2(o melhor)
    turok rage wars(era só multplayer mas, era bom ao q se propunha)
    turok 3(foi no embalo do 2, mas naum deixava de ser bom)
    forsaken(cover melhorado do descent)
    shadow mam(como vc pode deixar de mencionar esse?)

    deve ter outros mas, eu so joguei esses…

  11. Concordo q vcs estao pegando pesado com a Akklaim…possivelmente os jgos dos SNES talves nao fossem muito bons realmelmente, porem a serie Turok do N64 foi demais, desde a primeira ate a sua segunda versao, pois usava ao maximo o poderio do Nintendo 64. Relembro que quando lançaram Turok 2 o game estava entre os melhores do n64 junto com Goldeneye mas alguns anos depois tive a oportunidade de jogar Turok Revolution no ps2 e pude entender o pq do fracasso da Akklaim.

  12. Acho que o melhor momento da Acclaim foi no N64, pois tem a maior quantidade de jogos “bons”, como Extreme G e Turok. Entretanto, junto com a Midway, só o logo da Acclaim no jogo pra mim já era uma “má escolha”.

  13. acclain meu deus a que ponto chegou essa empresa era uma porcaria mais poxa o que faltava criatividade?!! pra criar jogos!!! joguei uma vez the crow(o corvo)tambem era uma porcaria!!! mais poxa dava pra fazer um game mais da hora não essa porcaria que eles fizeram!!!! agora a empresa do jeito que estava e como está agora!! simplesmente investindo em mmorpg ganhando miseros centavos afff eles praticamente baixaram a cabeça e foram excluidos do mercado dos games!!!!!!!!!!!!!

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