E3: Donkey Kong Country e X salvam Nintendo da mediocridade

Saudações aos leitores.

Imaginem a seguinte metáfora futebolística: jogo decisivo do campeonato e você está jogando na casa do adversário, que apesar de ter grande vantagem, como torcida e imprensa a favor, joga mal e comete muitos erros. O time adversário vem de dura derrota para um rival e depende desse jogo para se classificar, e devido ao nervosismo gerado por essa situação, comete um penalti infantil aos 47 minutos do segundo tempo. Você tem a bola do jogo, basta marcar e partir para o abraço. Mas eis que o juiz apita, você parte para a cobrança e…erra.

Foi mais ou menos a sensação que eu (e presumivemente muita gente também) tive ao ver o Nintendo Direct de ontem. Ao invés de aproveitar a lavada que a Sony deu na Microsoft para mostrar ao mundo que o Wii U está aí e vale bem mais a pena do que o Xbone e suas palhaçadas anti-consumidor, a Nintendo fez uma apresentação fraquíssima e decepcionante. Para início de conversa, sequer teve a coragem de subir ao palco e fazer uma apresentação apropriada, preferindo ficar pasteurizado modelo do Nintendo Direct e “engurish apuresentachon” by Iwata. Ok, sei que a Nintendo Direct tem sim sua utilidade para anúncios sazonais ou mesmo para mostrar alguns jogos-chave do ano, mas caramba, estamos falando da E3, nada menos que o evento mais importante desse mercado. Evento esse que há muito deixou de ser apenas para entusiastas e hoje tem visibilidade mesmo na imprensa não especializada. E como se não bastasse o ridículo de ter fugido da E3, a Nintendo ainda me faz uma transmissão com péssima qualidade, cheia de lags e travamentos, uma vergonha para uma empresa do porte dela.Até vloggers conseguem fazer transmissões amadoras com melhor qualidade.

Falando do direct em si, uma mediocridade só. Como se não bastasse perder tempo com Pokemon – um jogo que todo mundo está carca de saber como é e que será lançado em outubro desse ano – ainda por cima decepciona o mundo com o medíocre Super Mario 3D World, que nada mais é do que uma uma continuação do também medíocre 3D Land lançado para 3DS. TODO MUNDO broxou ao ver que não apenas está na cara que esse é uma versão HD de um jogo claramente pensado para 3DS (a EDGE suspeita inclusive que esse jogo originalmente era desenvolvido mesmo para o 3DS), como ainda por cima decepcionou àqueles que esperavam um jogo com o porte de Mario Galaxy. Enfim, falarei mais desse jogo em um post separado. Outra brutal decepção (ao menos ao meu ver), foi ter visto Mario Kart ser adiado para o ano que vem, quando o óbvio, lógico e ululante seria lançá-lo no final desse ano. Sério, alguém na Nintendo deve ter fumado orégano e cheirado Quick de morango para ter achado boa idéia ter adiado um puta system seller como Mario Kart justamente na melhor época de vendas do ano. Brilhante.

Passadas um monte de tranqueiras que ninguém se importa, enfim foi mostrado algo interessante, no caso o já esperado trailer de Super Smash Brothers. O jogo em si ainda está bem cru, o lançamento das versões Wii U/3DS ainda está distante, então legal mesmo foi isso aqui:

Digo sem a menor ponta de vergonha que me arrepiei inteiro ao ver o Mega Man clássico chutando bundas ao som de Wily’s Stage theme, sobretudo pela parte em que o blue bomber usa as armas clássicas como as Metal Blades, Leaf Shield, Hard Knuckles e a Flame Blast. Sério, meu coração 8-bits voltou a bater e pela primeira vez em muito tempo voltei a ter esperança na humanidade. Fiquei imaginando aqui também como seria uma nova aventura com esse Mega Man, como seria (perdoem o termo) foda um jogo que levasse a sério o legado dos jogos clássicos. Um “New Mega Man” quem sabe. Sonhar não custa nada.

Voltando ao jogos, o primeiro video de jogo a realmente me encher os jogos foi o sensacional Project X, sequência do já clássico cult Xenoblade Chronicles:

Faltam adjetivos para descrever o que é mostrado nesse video. O que já era lindo, épico e vasto em Xenoblade, foi ampliado e melhorado ao extremo. O aspecto tecnológico é bastante destacado dessa vez, principalmente pela possibilidade de pilotar diferentes mechas para correr ou voar por aqueles cenários gigantescos. Além disso, o video dá pista de que o jogo contará com batalhas aéreas, o que dá margem para lutas épicas contra chefes gigantes. Enfim, o potencial é enorme, e caso a Nintendo of America não resolva perseguir esse jogo tal qual fez com seu antecessor, os donos de Wii U terá um jogaço-aço-aço em mão no ano que vem.

Por fim, a única boa surpresa, sobretudo porque será lançado esse ano: Donkey Kong Country: Tropical Freeze

Sensacional. Tropical Freeze está ainda mais animado e fluído que Returns, e ainda por cima tem adições importantes como as fases áquáticas e com gelo, e os inúteis vilões do game anterior foram substituídos por Vikings. Mas a melhor adição de todas foi sem dúvida o retorno de Dixie Kong, o que dará mais recurso ao gameplay. Do que pude ver até aqui, houve grande ênfase no level design, cujo foco parece ser o dinamismo e variação de situações. Outra novidade importantíssima que cabe lembrar foi a confirmação posterior do retorno do compositor David Wise, que escreverá a trilha sonora de Tropical Freeze. Portanto, a expectativa é que a trilha seja no mínimo nota 10. Ah sim, e o jogo está muito bonito também.

Por fim…

Boa sorte à Nintendo, pois ela precisará. Sem nenhuma bomba além de DK, além de ausências sentidas de Metroid e Zelda (Wind Waker HD é tão fraco que nem merece menção), nenhuma surpresa ou mesmo um pacote novo/corte de preço, fica difícil convencer as pessoas que o Wii U é uma boa opção de video game. Caramba, nem mesmo houve ênfase sobre o fato que o Wii U não tem restrição à usados, requerimento de conexão, online pass e é compatível com toda a biblioteca do Wii. Fora que pegou muito mal ter fugido da conferência da E3. O saldo geral foi bem fraco mesmo.

Donkey Kong Country e X foram os únicos brilhos de uma Nintendo Direct pra lá de apagada. Muito pouco. Realmente a Sony tem a faca e o queijo em mão para entrar nessa geração chutando a porta.

AvcF – Loading Time.

7 thoughts on “E3: Donkey Kong Country e X salvam Nintendo da mediocridade

  1. Uma coisa digo eu acho q vcs estão levando isso de ´´fase bisarra da nintendo´´ um pouco a serio, tipo vcs só falam mal da empresa falam q tudo q ela faz e ruim e idolatram a sony e a sua ´´maquina de lavar louça´´ , claro que alguns jogos como NEW Super Mario Bros. 2 não são essas coisas…….. mas sério fala mal do novo Mario World? isso ja é abuso , pensando bem td gamer brasileiro (ou quase td) so liga para jogos da sony ,compra um PSP e sai na rua achando que é de mais, chinga as outras empresas faz umas mil palhaçadas, fala que a era 8-bit e 16-bit é um lixo pq não tinha essas ´´ frescuras ´´ nos consoles como wi-fi e internet , videogame é para jogar videogame , enfim eu acho que aqui ficou tão previsível 1 postagem falando mal da nintendo outra idolatrando a sony o q é isso?

    AvcF: caramba, Gabriel, ok discordar e reclamar, mas precisa espancar a língua portuguesa? E outra, não apenas elogiei Donkey Kong, Smash Bros. e X, como o fiz indiretamente à Mario Kart. E se você retornar ao texto, perceberá que não critiquei 3D World, e sim o fato de ser um jogo de 3DS adaptado para o Wii U. Segure o nintendismo, fera.

  2. Olá AvcF,
    Em outros posts aqui eu o critiquei em alguns, contrapuz em outros, mas cara, dessa vez eu não consegui achar uma razão que justificasse o que a Nintendo tentou fazer nessa E3. Simplesmente não fez sentido algum… Pedindo licença para usar da mesma analogia futebolista que você citou, eu me sinto como se torcesse pra um time cheio de craques que não se entendem dentro de campo, e que mesmo nos jogos mais simples consegue se atrapalhar todo.
    Eu vou dar um desconto pro Gabriel Silva porque só quem sente amor por essa empresa sabe da angustia que dá ver o seu time errar tantos passes de bola como eles estão fazendo agora.
    Mas vamos aos fatos, pra fazer o que eles fizeram seria preferível que não tivessem apresentado nada, deixava lá só o estande com os demos disponíveis e pronto, se juntava todo mundo numa salinha lá em Kioto, fazia uma conferencia com o Reggie em Redmond e tentava tomar alguma atitude menos estupida.
    Não concordo quando você diz que a Sony “humilhou” a Microsoft. Humilhado ela teria se tivesse apresentando o seu plano para o PS4 antes da Microsoft fazer o que fez, e também ter apresentado um diferencial de verdade com relação ao XOne.
    A Sony não fez nada de espetacular, nem inteligente, mas ela de fato não foi burra! Eu tenho certeza que daqui a 10 anos quando escreverem sobre o mercado de games haverá um capitulo inteiro pra descrever o quão importante foram as horas que separam a palestra da Microsoft da Sony na E3 2013. Sim, porque deixar para os 10min finais a martelada de que o seu console não fazia isso nem aquilo e marretar o valor de US$399 foi sim decido nessas horas.
    Na pratica, os dois consoles são a mesma coisa, as duas empresas tem a mesma posição quanto aos jogos usados; a diferença é que a Microsoft foi burra em afirmar tudo isso. E não pensem que a diferença de preço é por que a Sony desenvolveu o seu console pensando nos jogadores que não é. Ninguém tira da minha cabeça que a Sony tinha o mesmo preço na ponta do lápis para o PS4 e ao ver a reação negativa dos anúncios da Microsoft ela optou por arcar com esse aumento no prejuízo (sim porque as duas tomam na cabeça com esses consoles) pra assegurar uma dianteira na corrida entre as duas.
    E onde a Nintendo entra em tudo isso? Não entra né! 🙂
    Ela preferiu fazer o que sabe fazer de melhor ultimamente, bobagem! Com as outras duas se matando, ela poderia subir ao palco das atenções e falar pura e simplesmente que ela tem um console de jogos que foi feito para jogos. Se você quiser uma puta máquina de fazer café pra mostrar pros seus amiguinhos que você é cool, beleza, mas quando quiser uma maquina de jogos está aqui está o nosso produto.
    Gente, eu não estou inventando a roda, nem também quero minimizar o quão complicado é esse mercado, e também não acho que a “meia-dúzia” de palavras do meu post seriam pontos de estudo de um doutorado… mas fazer o que eles fizeram, não tem explicação lógica.
    O GamePad que é o seu grande diferencial, que foi pensado justamente pra dar uma justificativa da possibilidade de imersão diferenciada aos jogadores foi mostrado. Nem falaram nem se você pode jogar Donkey Kong ou Super Mario 3D World no modo off-tv. Eu pelo menos não vi, ouvi ou li nada sobre isso. É como se ele nem existisse.
    E quanto aos jogos? Para Sony e Microsoft se quiser jogar os jogos da geração anterior que fiquem com os seus console antigos… se quiserem jogar no novo console toda aquela leva de jogos das stores, dane-se que comprem de novo, porque nem os controles serão compatíveis, mesmo sendo iguais. Agora a Nintendo não pode falar nada, porque nem uma Store descente ela tem.
    I have a dream… de que poderei jogar meus jogos favoritos de SuperNes no meu WiiU, 3DS ou celular, porque não tem lógica eu comprar SuperMarioWorld pra jogar no 3DS e se quiser jogar no WiiU ter que compra-lo novamente. A, o celular foi utopia porque é muita presunção minha acreditar que a Nintendo conseguiria criar uma e-shop só que fosse disponível para esses 3 dispositivos. Somente um gênio pra conseguir isso e mesmo assim pra que né? Ninguém é tapado o suficiente pra se interessar por jogos no celular, é muito mais legal carregar um 3DS XL no bolso!
    Eu queria saber o que a Nintendo fez com a aquele slogan dos anos 2000… The Nintendo Difference..
    Realmente, ela “está” muito diferente….

  3. Eu só fico impressionado como a Nintendo gosta de apanhar quieta. Não vejo NUNCA uma postura agressiva, imponente, de quem quer ser líder de mercado e sabe que é a melhor em produzir JOGOS. Fazem esses Nintendo Direct meia boca, com toda a malemolência do Iwata e sua simpatia, tudo às pressas, querendo se livrar do fardo o mais rápido possível.
    Compartilho da mesma opinião do AVCF na sua grande maioria, senti uma falta tremenda daquele jogo do mario que seria O MARIO DEFINITIVO do wii U. Não estou recriminando o Super Mario 3D World, que por sinal está muito bonito e parece muito bom, mas a impressão que eu tive é que, novamente, foi mais um jogo que parece uma extensão de um portátil, um reaproveitamento do que deu certo.
    Donkey Kong Tropical Freeze está lindo de ver, está demais, porém pelo que vi novamente não poderemos jogar SOMENTE com Diddy ou Dixie, tal qual era no Super Nintendo. Eles simplesmente se juntarão ao Donkey para auxilia-lo. Quando Iwata disse que a dixie seria personagem jogável, esqueceu de dizer que será só no multiplayer, que aliás só deve ser local, DE NOVO.
    Estive em diversos momentos na posição COMPRO/ NÃO COMPRO o wii U, e sempre acabo adiando pois nenhum jogo até agora me fez decidir pela compra.
    E o pior é ainda continuar com essa indecisão, mesmo pós E3.

  4. Na verdade, o criticado Mario 3D World me pareceu divertido e muito bonito. Considero o 3D Land um dos melhores (e sem dúvida o mais divertido) Marios 3D já feitos.
    Achava o Mario 64 um saco, o Sunshine nem mesmo merecia o nome Mario no título por ter pouco ou nada a ver com o universo do bigodudo, e o Galaxy seria muito bom se não fosse por nos fazer repetir cada fase umas 30x, para pegar estrelas.
    Mario 3D Land nos trouxe a progressão e a dinâmica típicos de jogos Mario, o que o tornou o melhor jogo “Mario” 3D. E assim como vocês, enxergo o 3D World como uma continuação, o que não é nenhum demérito. O fato de ser lançado no Wii U, e não no 3DS pode ser explicado por um fato: Eu compraria o Wii U por este jogo e por DK. E imagino quantas outras pessoas não diriam a mesma coisa.
    A propósito, não vejo reclamações sobre o DK ser apenas uma continuação de um jogo recém lançado para 3DS.

    Nada contra o conteúdo apresentado no direct, mas que a nintendo perdeu a grande chance de se mostrar uma boa alternativa no mercado, diante dos olhos de milhões de expectadores, ah perdeu!
    Injustificável!

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