Duck Tales Remastered expõe o lado leite com pera dos analistas de games

Saudações aos leitores.

Dificuldade brutal, fases longas, frustração, poucas vidas. Por essas palavras vocês imaginaria que estou falando de Ninja Gaiden, de Battletoads, talvez de Mega Man 1,certo? Errado, pois tais descrições foram tiradas dos recentemente publidados reviews de Duck Tales Remastered. Pois é amigos, após tantos anos criados com o leite com pera das miras automáticas, vidas auto-recarregáveis, continues infinitos e check points instantâneos, alguns analistas de jogos tiveram sérias dificuldades com um jogo que era fechado por qualquer guri da era NES. Como vocês verão abaixo, a “bundamolisse” atual é tamanha, que Duck Tales se transformou em um jogo incrivelmente difícil para esses meninos crescidos de apartamento e seus leitores da geração Playstation.

Começando pelo ridículo analista do site Polygon teve sérios problemas:

Mortes frustrantes e injustas são especialmente brutais no ajuste de dificuldade normal do jogo, em que cada vida é preciosa e perder três delas manda você de volta para o início da fase onde você está. Com cada fase levando por volta de 30 minutos para completar, isso pode ser um tremendo contratempo.

Como se vê, esses problemas comprometiam a versão NES também. Remastered se mantém fiel ao material de origem, mas não faz nada para melhorar o divertimento do jogo.”

(grifos meus)

Sério, me pergunto se o analista já perdeu alguma vida em qualquer jogo que tenha sido lançado antes dos anos 2000. Reclamar que a dificuldade normal de Duck Tales é “brutal” não só é assinar atestado de garoto Boça, como mostra que o “analista” mal teve tempo com o jogo, sequer tentou dominar as fases e o desafios presentes. Fora as patéticas reclamações quanto a ter “somente” três vidas e ainda acontecer o “absurdo” de voltar para o começo da fase ao se perder uma vida. O que queria o garotão de apartamento fera em CoD, check points infinitos? Morrer e voltar no exato mesmo lugar com os tesouros já coletados? Seria melhor com respawn, então? Será que o sujeito realmente já jogou algum jogo de plataforma? E se contarem pra ele que crianças terminavam Duck Tales em 1989?

Fora que reclamar dos controles, me desculpem o termo, é coisa de retardado mesmo, pois é preciso um Q.I deficiente para conseguir ter dificuldades com um direcional e apenas dois botões de ação. E para aqueles que acham complexo realizar o pogo jump do Tio Patinhas usando a configuração padrão (pulo mais direcional para baixo), o jogo oferece configuração simplificada (apenas o botão de pulo), portanto não deveria haver reclamação nisso. Além disso, talvez graças aos jogos altamente tutorializados de hoje, esqueceu-se o conceito “easy to learn, hard to master” de gameplay, então, ao errar o primeiro pogo jump, o sujeito vem e escreve que não funciona direito e que a jogabilidade é ruim. Típica mentalidade de garoto de apartamento mesmo, na linha de “se não consigo, é porque não presta”.

Mas não pensem que o meninão do Polygon está sozinho. O Gamespot assinalou como um dos contras do jogo seu “sistema frustrantemente punitivo”, enquanto o garotão da vovó responsável pela análise do IGN cometeu isso:

Remastered é tão difícil quanto o original, embora as fases não sejam sempre niveladas. Seu design sofre de uma excessiva quantidade de colisões acidentais com inimigos e obstáculos, e mesmo usando a opção de pogo jump simplificado que a WayFoward adicionou para deixar mais acessível para novos jogadores, controles não são sempre responsivos. De fato, esteja preparado para alguma frustração enquanto Tio Patinhas decide não reagir a um botão apertado, mesmo quando é o mesmo botão que você está pressionando por todo o jogo.”


Quanta brutalidade, hein?

Piada né? Mas o garotão leite com pêra da noite foi o jornalista da Wired, que já começa “bem” no título com um “Eu nõ preciso de sua tortura, Duck Tales Remastered”. Então sem querer acaba resumindo o comportamento padrão dos leite com pêra atuais:

“(…) Eu cheguei na segunda parte da fase, e perdi a última de minhas três vidas. Ok, eu pensei – estou melhor no jogo agora, eu posso passar sem perder essas vidas. Mesmo se eu me sentir como se tivesse sido roubado em algumas delas. Alguns daqueles espinhos no chão têm gigantescas caixas de colisão, eu pensei. E você sabe, há um monte de momentos em que eu definitivamente apertei o botão do pogo e o Tio Patinhas decidiu não colaborar, me fazendo sofrer um dano. Mas bem, veremos quanto progresso eu perdi”

(…)

Claro, isso é exatamente o que acontece na versão NES de Duck Tales, sem mencionar a maioria dos games antigos. Designers faziam esses jogos realmente difíceis porque seus jogos eram realmente curtos, e eles tinham que encorajá-lo a continuar jogando. Mas o game design se distanciou disso, e eu acho que a mudança foi para melhor. Você pode criar uma experiência completa sem fazer o jogador fazer a mesma coisa de novo e de novo.

Mas ok, morderei a isca. Vamos tentar um jogo com dificuldade da era NES. Então eu voltei para Amazon. Dessa vez estou bem melhor. Eu cheguei ao chefe com uma vida extra na reserva. E o chefe, a cabeça gigante e brava de uma estátua de uma divindade amazônica, pisa pela tela e termina por me destruir uma, e então duas vezes. Game over.

Eu gritei com a televisão. Eu mandei o jogo para o inferno. Eu decidi tentar de novo.

A esse ponto eu não tinha mais capacidade de ficar bravo com DuckTales Remastered porque eu sabia que dessa vez, com certeza, eu não ia mais jogar novamente. Eu posso lidar com alta dificuldade, eu posso lidar com grandes punições por ficar sem vidas, mas não posso lidar com um game design que te joga em um buraco antes de você ter a chance de sequer ver o que está acontecendo. Dificuldade é uma coisa, injustiça é outra. Eu tinha que parar pela minha própria sanidade, e não importa o quanto a música fosse boa (muito, muito boa.)”

Bastante revelador, não? Realmente deve ser um sofrimento e tanto passar por esse processo bizarro de perder uma vida, voltar e tentar novamente, santa dificuldade, Batman! Nem vou discutir as bobagens quanto a game design, porque tudo isso acima no fundo não passa de choro de um sujeito que claramente nunca teve um desafio de verdade jogando um video game e agora culpa o jogo por sua falta de habilidade e incapacidade em lidar com fracasso.

Por fim…

Embora não tenha jogado Remastered, não só conheço o Duck Tales original com a palma da minha mão, como já li diversos relatos de jogadores que já experimentaram o remake e estão adorando a experiência. E para não ficar só nos “amadores”, o site The Escapist escreveu um texto muito bem feito que detona os chorões acima.

Estejam certos que escreverei um post apropriado quando tiver experimentado a nova versão. Não quis dizer aqui que ninguém tem o direito de criticar o jogo, mas sim foquei no fato de que como analistas preguiçosos, pouco afeitos a jogos com desafios reais e com clara má vontade quando se trata de um jogo com design que não lhes agrada, acabam agindo como um típico menino de apartamento, aquele que ao ralar o joelho na rua ou perder em um jogo que não está acostumado, chora, reclama de tudo e volta pra casa emburrado.

Duck Tales é um clássico 8-bits que nunca foi conhecido por ser um jogo difícil, e sim reconhecido por ser um jogo divertido, desafiante e com exploração estimulante. Mesmo assim tinha easy mode para os bobinhos de plantão.

Até o próximo post.

AvcF – Loading Time.

10 thoughts on “Duck Tales Remastered expõe o lado leite com pera dos analistas de games

  1. Esse é um fenômeno documentado e conhecido, chamado ”geração playsteicho”.
    Mas com um único fato eu tenho de concordar com os jornalistas mimizentos: Sistemas de vida simplesmente não deveriam existir nos jogos de hoje. Qual o sentido de ter de passar mais uma vez por por um trecho que você já dominou para chegar até onde você morreu? Esse é um traço remanescente das eras 8/16 bits com os propósitos de a) estender a duração de jogos que de outra forma seriam minúsculos (Contra, do NES pode ser terminado em menos de 15 minutos) ou b) levar suas fichas. Isso se tornou uma convenção de jogos de plataforma, que com os anos, ninguém questionou. Super Meat Boy é a prova que fazer o jogador voltar ao inicio da fase não é necessário para aumentar o nível de dificuldade de um jogo.

  2. Quanto mais “profissional” é uma análise de jogo, mais ela é ridícula. O pior que é por conta desses ditos profissionais da informação, e sua kambada de seguidores acéfalos, que certos jogos excelentes jogos acabam afundando em vendas. Eu nem manjo muito de Duck Tales e tão pouco sou fã de remakes, mas essas reclamações parecem aquelas típicas da época de fliperama, quando o cara que tava perdendo sempre botava a culpa na máquina…

  3. AVCF,

    igual quando apresentei Don’t Starve, FTL e The Binding of Isaac para um cara que tem minha idade, mas é da geração preistátion. Ele me chamou de masoquista só pq os jogos em questão têm morte permanente.

    No Binding of Isaac ele disse: “Ué morri e não tem save? Vou ter começar tudo de novo?”

    So ri e lamentei.

    Barra de vida para sempre nos jogos!

    Chega de Jogo com personagem wolverine!

  4. E Ducktales não é nem de longe um dos jogos mais difíceis do NES, na verdade não está nem no top 20! E isso sem contar os jogos nos quais a dificuldade estava na jogabilidade! Queria ver esses caras jogando Contra, Ninja Gaiden 2, Double Dragon, até Super Mario Bros é mais difícil que Ducktales! Ah essa geração playstation…

    1. Maximusceser, ao ler seu comentário fiquei curioso. baixei o emulador e a rom no meu smartphone, e mesmo sem controles decentes e dois dedões na frente da ação, não foi tão difícil.

  5. Credo.

    Faz uns dois anos que parei de ler reviews (na verdade, li alguns do terrível Fire Emblem: Awakening e fiquei horrorizado).

    Pelo jeito fiz a coisa certa. Não perco nada por não ler os “grandes” nomes desse meio.

  6. Triste os desenvolvedores se empenharem em refazer um clássico, capricharem e aí aparecem os bebês chorões pra falarem esse tipo de coisa. Não sou de ficar falando isso de “geração playstation” etc, mas tem casos que não dá pra aguentar.

    Tava olhando o review da Gamespot, dá vontade de socar a fotinha sorridente do “analista” imbecil que fez o review. Inacreditável.

  7. kkkkkkk!!! Divertido!!! Eu ainda não baixei, mas devo pegar pro Wii U num futuro próximo. um amigo meu estava criticando a Nintendo dizendo que os games do Mario se resumem a pular na hora certa. Pois bem, tenho um sobrinho de 8 anos que terminou Call of Duty na dificuldade máxima duas vezes em 5 horas, mas que não consegue passar da primeira fase de New Super Mario U. Sem falar que Mario é muito mais que pular na hora certa, ele tem certos itens que são mais complicados de coletar que resolver qualquer puzzle de Silent Hill. Confesso que gosto de ver gráficos bonitos em um game, mas Uncharted 3 e The last of Us praticamente jogaram sozinhos e só apertei o botão na hora certa 😉 (gosto muito dos dois games) e no final, me senti mais satisfeito terminando Mario U com 100%, principalmente por saber que não é um desafio que qualquer um consegue passar. É só ver os comentários de cada fase no Miiverse dentro do jogo pra se ter uma noção disso. Enfim, é uma pena que as produtoras estão cada vez mais preocupadas em não frustar o jogador, pois o principio básico do VG é ser desafiador.

  8. Oi, André,

    Eu não joguei o Duck Tales Remastered, nem muito o original. Mas as acusações de que às vezes o jogo não responde corretamente ao comando de pogo jump quando deveria parecem sérias. Será que isso acontece mesmo? O original era assim? Só a nova versão?
    Visto que você conhece tão bem o jogo original, seria ótimo se você jogasse o remastered e nos desse as suas impressões. E nos confirmasse a bundamolice dos reviewers.

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