DKC Tropical Freeze é o melhor jogo de Wii U

Saudações aos leitores.

Após ter explorado e jogado uma boa parção da aventura, enfim resolvi falar um pouco sobre aquele que considero o melhor jogo de Wii U até o momento: Donkey Kong Country Tropical Freeze.

Entre sequência e a expansão

Após o retorno bem sucedido de Donkey Kong ao mundo dos games com o sucesso de Donkey Kong Country Returns (vendeu por volta de 6 milhões de cópias no Wii e mais um milhão no 3DS) era natural que a Retro Studios obtivesse sinal verde para fazer mais um jogo da série. Anunciado no Nintendo Direct transmitido durante a E3 do ano passado, Tropical Freeze de cara tentava se descolar um pouco de Returns, com seus novos vilões e o retorno de Dixie Kong. Porém eu notei na época debates emegindo na internet aqui e acolá sobre a similaridade entre Returns e Tropical Freeze, sobretudo por conta da similaridade gráfica entre ambos. Eu achei que isso era chororô, porém hoje sou obrigado e dar o braço a torcer e admitir que esses críticos tinham uma dose de razão. Se por um lado a apresentação visual de Tropical Freeze é bem mais do que uma “gráfico de Wii em HD”, com sua bela direção de arte, grande detalhismo e enorme fluidez em suas animações primárias e secundárias (há sempre alguma coisa acontecendo ou se transformando nos fundos de tela); por outro não há como não notar um grande reaproveitamento de assets, com ícones, transições de tela e mesmo modelos importados de DKC Returns. Somando-se o design genérico dos inimigos com a estrutura da interface igual a do game anterior, fica impossível não ter uma sensação de que Tropical Freeze está mais para uma expensão do que uma sequência de Returns.

Felizmente essa sensação esmaece quando o jogo entra em ação, isso porque as fases de Tropical Freeze são bastante distintas das de Returns tanto na extensão quanto no design. Embora a dificuldade seja tão elevada quanto, o level design de Tropical Freeze tem um ritmo um pouco mais cadenciado, com menos momentos “instant kill” que em Returns. As porções aquáticas contribuiram para uma maior variedade de situações de jogo, e mesmo as fases em silhueta também evoluiram em relação às presentes no jogo anterior. Notei também uma preocupação em regular melhor a presença dos coletáveis de forma que não atrapalhassem o ritmo do jogador, resultando em uma distribuição harmônica das peças de quebra-cabeças e letras K-O-N-G pelos mapas de fase. O grosso da dificuldade acabou concentrado entre as fases de trem/foguete (que felizmente permitem um hit antes de matar o jogador) e as fases especiais em templo, essas sim projetadas para serem o inferno na terra:


Parece fácil, mas perdi 28 vidas para passar esse troço.

O desafio evolui de forma consistente durante as diversas fases presentes nos seis mundos disponíveis, com curva de dificuldade íngreme sim, mas regular, sem modulações. O jogo também sempre prepara o jogador para as diferentes gimmicks relacionadas a cada um dos temas presentes nos mundos do jogo (savana, água, montanha, caverna, serralheria, etc), o que mata aquela desculpinha do tipo “pô, mas não esperava por essa!”.

O regresso do mestre

Impossível continuar falando do jogo sem citar a sensacional trilha sonora de Tropical Freeze, talvez o elemento mais brilhante de todo o pacote. Após uma trilha puramente composta de remakes como a de Returns, enfim “o mestre, a lenda, o mito” David Wise volta a trabalhar nas música de um jogo Donkey Kong. E o músico voltou afiadíssimo, aliando belíssimos rearranjos de músicas clássicas como Stickerbrush Symphony e Aquatic Ambience com novas e excelentes composições:



E isso para ficar apenas em alguns exemplos. O mais legal porém, é que diferentemente de Returns, as músicas de Tropical Freeze se tornam disponíveis conforme o jogador vence cada mundo, assim podemos ir ouvindo conforme desbravamos o jogo. Aliás, não entendo como nenhum gênio da Nintendo ainda não teve a idéia de lançar a trilha sonora do jogo em CD ou mesmo em download. Pois é.

Por fim…

Donkey Kong Country Tropical Freeze é na minha opnião facilmente o melhor jogo de Wii U até momento, porém o é mais por falta de opção do que por méritos positivos. Sim, o jogo é ótimo, muito bem feito e funcionou pelos motivos listados acima, porém só o fato de em diversos momentos mais parecer com uma expansão do que uma sequência propriamente dita, mostra a pobreza que é a bilioteca de jogos do Wii U. Afinal, quando o melhor jogo de um console possui tamanha semelhança com um jogo da geração passada, é porque algo está muito errado. Graças também a persistente fase bizarra que a Nintendo atravessa de uns anos para cá, o Wii U virou o console que personifica aquele ditado que diz que “em terra de cego, quem tem um olho é rei”. Ou seja, o que em outra situação seria mais um jogo muito bom(mas que não chega a ser um clássico), hoje é a única coisa que presta de toda uma biblioteca – ou vocês podem perder tempo com ports de segunda categoria.

Enfim, DKC Tropical Freeze é um belo e divertido jogo, sendo bastante superior aos demais platformers do console (que nem são tantos assim). Até porque quem tem Wii U não terá outra opção até a chegada de Mario Kart 8. “É o que temos para hoje”, diria o garçom de um restaurante chamado Nintendo. Então o jeito é aproveitar.

Abraços e até próximo post.

AvcF – Loading Time.

4 thoughts on “DKC Tropical Freeze é o melhor jogo de Wii U

  1. Estava esperando uma análise sua. Joguei esse fim de semana todo, e que jogo delicioso, dá pra passar horas jogando sem perceber. E em vários momentos, ficava torcendo pra fase não acabar pra que eu ficasse ouvindo as músicas hehe!!! Ainda bem que vi depois que elas ficam disponíveis para ouvir a qualquer momento dentro do jogo. Uma pena mesmo não ter um cd ou download pra ouvir quando quiser. Ao lado do Mario 3D World, Zombi U, Mario U, Rayman Legends e Wind Waker HD, esse esta entre os melhores games que joguei no console. Ainda pretendo pegar o W101 e Pikmin 3, que parecem ser bem interessantes!!!

  2. Cara o jogo realmente esta muito bom, os graficos, as fases e as musicas sao de primeira…

    mas q podia ter sido melhor, podia

    Acredito q o world map poderia ter sido mais simples para evitar um pouco os loadings… acredito q ate preferiria um mapa bonitao 2d que carregasse rapido e tambem navegasse rapido, como nos primeiros dkc… essa coisa de viajar devagar pelo mapa pela o saco

    a fisica dos personagens ainda nao se compara com a dos clássicos tmb.. o movimento dos kongs ainda eh muito “pesado”… apesar dos kongs serem pesados nos classicos, eles sao ageis e se movimentam com mais precisao, na minha opiniao.. em parte isso eh culpa tambem de ter que chacoalhar o wii remote para rolar, coisa q pode ser evitada nesse jogo gracas a deus

    por ultimo, nao sei se vao me entender nesse ponto, mas em jogos como mario e zelda dá uma travada quando você é acertado por um inimigo, tipo, é como se o tempo parasse por um milesimo de segundo… isso faz muita falta nesses novos donkey kongs, o tempo só para para o personagem… a sensacao q dá nao é nem de longe a mesma… n sei se vao me compreender

    abracao cara! curto seu blog demais

  3. O Jogo está realmente fantástico, mas não me arrisco a dizer que é o melhor do wii U tendo como concorrente Mario 3D world que é um primor de jogo, com muitas inovações e um visual incrível.
    Entretanto, compartilho das opiniões do Frederico, pois o jogo tem seus “defeitos”. O problema é que se torna inevitável a comparação com seus antecessores e, caso sintamos falta de algo que gostávamos, diretamente se torna um defeito/problema. Citarei mais algumas coisas que, para mim, são coisas que mudaria:
    – A falta da possibilidade de jogar com cada Kong separado me deixa bastante frustrado, mas já assimilei a ideia ao terminar recentemente o Returns, do Wii.
    – Os inimigos, por mais que tenham melhorado em relação ao Returns, ainda continuam sem identidade. Porém percebe-se o empenho em criar inimigos mais simpáticos, mesmo que similares aos da trilogia, ao exemplo daquele leão marinho fortão que não morre, exatamente como o Jacaré com um tacape no DK2.
    – Moedas DK, que saudade!!!!
    – Podiam ter colocado o logo DK na gravata do Donkey Kong nas fases de silhueta.
    – Fases de bônus são sempre da mesma forma, você sempre sabe o que esperar. Na trilogia, ou melhor, no 2 e 3, estas fases eram bem diversificadas. Matar todos inimigos, coletar tudo na fase, agilidade no lançamento dos barris, carrinho de mina.. são tantas as possibilidades para essas fases que não sei por que não utilizam…
    – Não poder repetir a fase de bônus eu vejo como um grave problema. Ou sigo em frente e termino a fase e começo novamente, ou mato o personagem para sair no checkpoint anterior para conseguir repeti-la.
    – Menos importante, mas ter que escolher o controle, o display e o aviso que posso mudar isso TODA VEZ que jogo, é irritante.

    Em contra partida, o jogo está repleto de boas ideias. Estou próximo ao final da segunda ilha, falta um bocado ainda, mas já deu para perceber isto.

    – A câmera dinâmica (acho que é esse o termo) ficou excelente, vide a primeira fase de carrinho de mina, onde o carro faz o contorno em um árvore. Épico!

    – A ambientação das fases e a integração do background com o foreground ficaram ótimas, principalmente embaixo da água. É perceptível a profundidade da ambientação, simplesmente perfeito.

    – As músicas são boas e cativantes, embora não tenha o mesmo impacto que o DK2.

    Dentre erros e acertos, o jogo está muito bem feito e atingiu as minhas expectativas. A sensação de expansão é clara, porém não diminui o brilho que o jogo possui.

    Enfim, foi um ótimo texto. É sempre bom ler textos sobre o que amamos, principalmente de uma franquia tão especial quanto donkey kong, ao menos para mim.

    Grande Abraço.

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