Dica cultural do Loading Time: leiam o livro Homo Ludens

Saudações aos díspares.

Aproveito este post para lhes recomendar um livro que fará toda a diferença para quem pretende trabalhar/estudar videogames: Homo Ludens, de Johan Huizinga. Escrito em 1938, é uma obra filosófica densa e complexa que trata sobre o conceito do jogo como um elemento inerente a todos os seres vivos, o autor mostra no livro, inclusive, que o jogo é um conceito anterior até mesmo ao que consideramos como a cultura. Apesar da linguagem mais complexa e um tanto formal, para mim o texto pareceu bem atual.

Vocês devem estar se perguntando…Mas o que isso tem a ver com videogame? Eu digo: tudo, pois afinal, videogame em seu sentido mais básico é apenas um suporte eletrônico que permite a realização de uma experiência impossível de uma forma analógica. Durante o texto, o autor afirma que qualquer forma de jogo é capaz de nos tirar da realidade recorrente, nos inserindo em um tempo/espaço próprios dentro de cada proposta específica (uma modalidade esportiva, por exemplo). O videogame não faz a mesma coisa, a seu modo? Quem nunca ficou compenetrado dentro de uma realidade fantástica enquanto uma pessoa de fora não nos observava com aquela perplexidade típica de quem não está inserida naquele mesmo contexto? E isso é apenas um exemplo do que a obra aborda.

O livro é encontrado em português, é barato (25/30 reais, mais ou menos) e é excelente. Estou lendo e recomendo fortemente que vocês busquem essa obra. Para quem quiser uma analise aprofundada do inicio do livro, entrem neste link.

É uma análise acadêmica de oito páginas que fiz para a faculdade. Deixei o arquivo aberto para a leitura de vocês, só peço que se alguém for utilizar a análise para qualquer fim, que mencione a autoria do texto. Sem pirataria.

André V.C Franco/AvcF – Loading Time

5 thoughts on “Dica cultural do Loading Time: leiam o livro Homo Ludens

  1. O jogo é um portal de entrada para uma nova dimensão. E esta dimensão pode ser, temporariamente, melhor que a nossa. Mas é necessário criar limites para não “morarmos” dentro dela. Por ser mais interessante, ela pode alavancar atitutes anti-sociais em pessoas desequilibradas.

  2. @Andy

    Isso é verdade.
    E o pior que é isso o que mais vemos hoje no meio “rardicore”.

    Se formos em fóruns, blogs ou algo parecido, é isso o que na maioria das vezes vemos.
    As pessoas acabam vivendo para jogar videogame.

    Eu acho que hoje vou procurar esse livro, parece ser bem interessante mesmo.

  3. tive esse texto semestre passado na faculdade, mas acabei não lendo, apesar de tê-lo aqui na espera de tempo e disposição.
    de qualquer forma acho bem interessante essa abordagem sobre os jogos como propiciador de novas formas de interação como o meio (em sentido mais amplo), que vai além da realidade imediata (como a auto-conservação, por exemplo), carregando em si símbolos e significados únicos.
    agora que você citou, acho que vou lê-lo com um olhar voltado para os jogos eletrônicos.

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