Cool Vibrations: Tatsunoko VS. Capcom: Ultimate All-Stars

Saudações aos dissonantes.

Antes tarde do que nunca. Depois da minha encomenda demorar mais de um mês para chegar, além de ter passado por lugares como Suécia (não me perguntem porquê), enfim pude gastar meus dedos com Tatsunoko VS. Capcom. O que postarei aqui são mais minhas impressões pessoais, pois o jogo já tem um tempinho de lançado, sem contar que até mesmo aqui no Gamehall já tem um review a respeito dele. De qualquer maneira, aproveitem o post.

Eu sempre fui um entusiasta dos games de luta bidimensionais (rejeito rótulos abjetos como “fanático”, por exemplo) desde as primeiras vezes que joguei videogame na minha vida. A primeira vez que joguei Street Fighter 2 no fliperama (e foi com a Chun-Li, vejam que progressista que eu era) foi um assombro, fiquei simplesmente embasbacado. Não estou bem certo, mas creio que SF 2 foi o primeiro jogo que vi gente juntar filas nos fliperamas para ver os “prós” jogando, ou para acompanhar os pegas entre dois jogadores (no game, claro). SF 2 era tão, me perdoem o termo, foda, que não precisava nem ser jogado para divertir. O mais engraçado nessas horas era quando o sujeito que estava jogando chegava na luta final contra o Bison, o que causava a maior tensão na negada que ficava assistindo em volta. Nesse momento, uma verdadeira torcida organizada se formava para dar aquele apoio moral ao guri que ousou chamar o Bison para a porrada. Se fosse o Blanka então, era praticamente uma final de copa do mundo.

Conforme os anos foram passando, esse fenômeno foi rareando até eu não ver mais esse tipo de acontecimento. Só voltei a ver algo parecido quando a Capcom criou os primeiros crossovers, a começar por X-Men VS. Street Fighter. Mesmo assim, era bem menos do que na época do Street Fighter 2. Claro, não é nada absoluto, mas não acho impossível que isso que descrevi tenha coincidido com a queda gradual que os jogos de luta foram tendo com o passar dos anos, em especial pelo excesso de títulos. Para terem uma idéia, no intervalo entre Street Fighter 2 (1991) e Street Fighter 3 (1997), foram dez títulos. Somem aí outros jogos como X-Men: Children of Atom, Marvel Super Heroes e os games da SNK, e temos jogos para dar e vender. A própria, digamos, subsérie dos crossovers foi esgotada pela Capcom. Especialmente no que tange a mistura entre os personagens da Capcom com super-heróis. Não sei quanto a vocês, mas achei Marvel VS. Capcom 2 uma grande porcaria, com as dezenas de personagens e sprites reciclados, gameplay completamente desbalanceado e aquela trilha sonora fora de propósito para um game de luta. Sério, aquilo não era luta, era uma zona com personagens da Capcom e da Marvel. Só quem acha graça em ver combos de 7645784365 hits de coreanos bitolados é que pode gostar daquilo. Ainda bem que Capcom VS. SNK 2 era bem melhor.


Chun-Li e sua horrível coxa de zagueiro de Rugby

Foi duro ver esses jogos diminuindo não apenas em número, mas também em relevância. Pior que isso foi perceber que esse tipo de jogo quase sumiu dos consoles Nintendo pós-SNES (a exceção solene foi Capcom VS SNK 2 EO para GameCube), me obrigando a depender dos amiguinhos donos de outros consoles para tirar uns contras de luta.

Tatsunoko VS. Capcom: Ultimate All-Stars

Abri a digressão acima, para mostrar o quanto os games de luta fizeram parte da minha vida gamística. Quando Tatsunoko VS. Capcom foi anunciado, logo me chamou atenção, porém nem me animei muito, pois pelo plantel de personagens eu logo conclui que nunca seria lançado no ocidente. Felizmente esse obstáculo foi superado, até de modo surpreendente. Por falar no plantel, acho que esse aspecto que é um dos destaques do jogo. Sim, mesmo sendo um ex-otaku e ex-cosplayer (bem coisa de lifeloser, mas felizmente eu evoluí) tirando o pessoal do G Force, eu não conheço NINGUÉM que está lá no jogo. Então para mim foi um tanto engraçado me deparar com todos aqueles colants coloridos e extravagancias que mais parecem ter saído de uma pista de dança da boite do Tony Manero. Sério, quem é Ippatsuman? Aliás, o que é um Ippatsu? O que é que beberam para bolar um robô-isqueiro gigante dourado? De onde saiu o Capitão Gay, digo, Tekkaman? Yaterman até é ok, mas Yaterman 2? Por que não Yaterwoman ou Yatergirl? Sem contar que também não sei o que é um Yater. Tem também o Black Kamem Rider espadachim, o Karas. E não poderia me esquecer do Polimar mar mar – o herói do nordeste – certamente o mais tosco desse pessoal. Além do nome de cantor de forró romantico-brega e do capacete com chifrinhos que acompanha o corte de cabelo do elemento, sua abertura original era um primor:


PUNCH! PUNCH! PORIMAH!

Difícil levar a sério um sujeito que combate gatos humanóides bronzeados, de sunguinha e meia roxa de colegial japonesa. Mas pelo menos no game todo mundo se entende na hora da porrada, e isso é o que tá valendo. E é aí que o jogo realmente brilha, pois a mecânica funciona muito bem. A Capcom conseguiu implementar um esquema de jogo que tem profundidade e técnica, mas também é acessível. Confesso que estranhei bastante no começo ter apenas três botões de ataque e sem diferenciação para soco e chute, mas conforme fui jogando, as coisas se encaixavam. Os demais elementos como os combos, defesas especiais, dashes e tal, tudo funciona a contento. O classic controller se deu muito bem, e para mim foi aprovado para jogos de luta 2D. Com o classic na mão nem me dei ao trabalho de testar o Wiimote. De resto, como vocês já sabem, a parte técnica do jogo é competente, com bons gráficos e animações, muitos efeitos especiais e explosão de cores durante os hyper combos. Apenas pondero que a a trilha sonora poderia ser melhor. Não que seja ruim, pelo contrário, mas faltaram alguns temas famosos dos personagens da Capcom e só há dublagem japonesa em todos os personagens (me refiro, claro, a personagens que já apareceram fora do Japão). Mas no geral tive uma experiência deveras agradável em minhas horas com Tatsunoko VS. Capcom: Ultimate All-Stars.

Em suma, é um jogão. A quem puder, eu recomendo fortemente a compra. Tatsunoko VS. Capcom, ao lado de Street Fighter 4, é a prova de que os games de luta ainda terão vida longa nos games. Ainda bem.

André V.C Franco/AvcF – Loading Time.

12 thoughts on “Cool Vibrations: Tatsunoko VS. Capcom: Ultimate All-Stars

  1. AVCF, sugiro que teste o jogo com o wii remote sozinho ou com nunchuck… Você verá uma uma, com o perdao da palavra, cagada… Assim como vc, eu joguei diretamente com o classic, sendo a mehlro opção para um game de luta. Confiante por saber jogar jogos de luta (mas nem tanto este jogo) fui encarar um online, onde tomei uma tunda nas duas primeiras partidas que joguei. Logo na primeira luta, eu observava o adversário, e percebi q o modo de jogo não era de um jogador veterano, q tem cuidado ao atacar e sabe o momento de defender. Logo me deu um estalo, de tentar jogar sem o classic, para ver como se portava os controles. Para minha não surpresa, os comandos simplesmente fazem tudo para o jogador, apertando um unico botao. Golpes como o “sonic boom” do guile, que exige segurar um tempinho par aum lado e colocar para o outro e soco, é feito apertando um simples botao, E AINDA POR CIMA SEM ESPERAR NEM UM SEGUNDO ENTRE UM E OUTRO. Portanto, o que vi no online foi uma apelação sem tamanho, que na minha opinião estragou o online com pessoas desconhecidas.
    Mas de resto, vc deixou bem explicado, e concordo totalmente, com exceção do isqueiro gigante, que parece mais uma construção de wafer, hauehaue
    abraço!!!!!

  2. …É um saco mesmo esses “Easy Operation” … mas quem sabe jogar ganha facil dos spam-hadoukens, pode acreditar…

    “Chun-Li e sua horrível coxa de zagueiro de Rugby”

    Coxas grossas é o q há… mas admito q nessa capa a chun-li ta com as coxas definidas em excesso 😛

  3. “mas quem sabe jogar ganha facil dos spam-hadoukens, pode acreditar…”
    é meu amigo, vai ver eu nao sei jogar entao…

    agora, pegar lutadores que tiram um absurdo de vida, fazendo combos e especiais apertando um botao apenas, acredito ser meio desleal, ainda mais alguem que saiba jogar e ainda por cima tira proveito disso!

  4. Bom também sou profundo admirador dos jogos de luta bidimensionais. Meu Dreamcast ferveu muito com Street Fighter III 3rd Strike e Marvel Vs Capcom 2, ao contário de você AvcF, acheio Capcom Vs Snk 2 muito meia boca, preferia bem mais MvsC2, pena que o Game Cube só tenha ele como representante.

    Quanto a Tatsunoko Vs. Capcom embora eu também não saiba a mínima dos personagens da empresa e nunca ter colocado as mãos no jogo (aliás nunca joguei um Wii), quando olhei os vídeos do jogo eu pirei com a parada, achei bem dinâmico, certamente gostarei muito no dia que jogar.

  5. Pra mim, muito melhor do que o Street Fighter 4, concordo com o que o amigo Serginho disse: O game se torna muito automatico com o remote e nunchuck recomendo o classic controller, mais tirando isso um jogão!

    Sinto saudades do Capcom VS SNK 2..dificil encontrar um jogo tão bom quanto.

  6. MVC2 pra mim é um jogo com MUITOS personagens… e isso pode tornár-lo repetitivo, mas não é! hahahahaha eu abri todos os chars no ps2 (bug de deixar ligado durante a noite / dia pra pegar pontos) e vale a pena pra jogar com uma galera! haeuaaau comédia ver o pessoal que não sabe jogar, colocar no easy e sair dando especiais facilmente…. 😀

    eu lembro de ter jogasdo no dreamcast ele, aí qdo vi pro ps2…. nossa, peguei rapidinho!!! 😀

    queria jogar esse jogo aí 😀

  7. tenho o japones piratão em casa e achei o jogo lindo, mas a jogabilidade ruim demais. nao tenho o controle clássico, então me viro com os dois botoes do remoto e acho terrivel as lutas em versus, principalmente se alguem pega os robos gigantes ou aquela menina com um mega trabuco.

    além disso o chefe final é muito chato e sem sal, o que nao nos incentiva a ir até o final além do fato de desbloquear novos personagens.

  8. É joao, foi o tempo em que chefe era uma “pessoa” heauheuhae
    Os chefes dos jogos crossover apesar de não serem “pessoas” sao chefes legais, gigantes e tal..
    já do street fighter 4 e tatsunoko, são mto sem graça…

    Comentário do AvcF: o chefe do Tatsunoko vs Capcom é sem graça mesmo. Parece uma versão séria do Fernandez do Waku Waku 7

  9. Sei que não dá pra ter TODOS os lutadores de ambos os lados, mas prá mim do lado da Capcom faltou Ken Masters, Guile, Felicia, Zangief, entre outros. Do lado da Tatsunoko poderiam ter colocado o Speed Racer, o Corredor X, o Hikaru Ichijo e/ou o Roy Focker (ambos da série Macross), JJ, Champ e Apple (do Zillion), Shurato Hidaka (Shurato), etc.

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