Bad Trip especial: continuações que queimaram suas séries

Saudações aos saudáveis.

Como diria aquela expressão-clichê, “após um longo inverno…”, retorno com um Bad Trip especial – desta vez desancando algumas das maiores âncoras do mundo dos games. Tais títulos foram tão ruins e/ou decepcionantes que afundaram as séries de que surgiram. Resgatem os tomates estragados, ovos podres e a farinha velha – o show vai começar.

Guardians of the Hood

Começarei pelo mais obscuro e antigo da lista. O que diabos seria esse tal de Guardians of the Hood? Aqueles que jogavam video game entre o final dos anos oitenta e início dos noventa certamente se lembram de Pit Fighter, certo? Grande sucesso dos arcades que, acreditem ou não, gerou uma continuação. Ou não. Bem, é…olhem a porcaria aí:

Embora Pit Fighter fosse um game divertido, não era reconhecido exatamente por ser tecnicamente brilhante, especialmente em se tratando de seu sistema de jogo bugado e cheio de falhas. Agora imaginem pegar isso, piorar uns 150% e ainda por cima modificar o gameplay para se tornar beat em up. O resultado é indescritivelmente ruim. Sério, vocês precisam arrumar um emulador e “jogar” essa bomba só para sentirem a ruindade pura fluindo pelas peças do computador. É tão ruim, mas tão ruim que é até bom. Surreal mesmo. Como se não bastasse a atrocidade técnica, Guardians não possui qualquer coisa parecida com o que pode ser chamado de game design. Balanceamento? Não possui. Lógica? Nenhuma. Visual e estética? Pior ainda. Originalidade? Atravessou pelo outro lado da rua e fingiu que não viu.

Guardians se resume a um amontoado de elementos gráficos e sonoros amarrados por um arremedo de gameplay, cujo resultado é um “jogo” feito para quem gosta de pagar para apenas apanhar e perder do computador. Até os inimigos mais porcarias (como o clone do Away que aparece feito praga na primeira fase) são tão fortes quanto o jogador, cujos ridículos personagens à disposição possuem apenas golpes patéticos – que por sinal também são de conhecimento de qualquer idiota que venha enfrentá-los. Os responsáveis por Guardians eram tão sem noção que a única coisa engraçada de jogo (e não pelo motivo mais nobre) é usar os mendigos como armas(???). Realmente depois dessa não há muito o que comentar sobre esse “magnífico” trabalho da Atari Games.

Nas seções de cartas de algumas antigas revistas de videogames que ainda guardo comigo, sempre tinha alguém que perguntava se Pit Fighter teria uma continuação. Depois do vexame que foi Guardians of the Hood, foi para o espaço qualquer possibilidade que algum dia foi possa ter sido cogitada.

Metroid: Other M

Após Super Metroid ser completamente engolido pelo fenômeno Donkey Kong Country, a série passou uns belos anos de ostracismo. Somente retornou com o soberbo Metroid Prime e suas duas continuações pra lá de competentes, fazendo com que a marca Metroid retornasse ao topo. Como Metroid Prime 3 vendeu bem pra chuchu, o sinal verde foi dado para a produção de mais um game da série, desta vez dirigido pelo excêntrico Yoshio Sakamoto. E o que ele fez então? Bem, acho que em uma triste e chuvosa manhã o japa acordou de mau humor e decidiu simplesmente f*&%der com uma das três principais séries da Nintendo. Sim, porque se não bastasse o jogo linear, óbvio e fácil, possuir as cut-scenes mais constrangedoras e canastronas desde os Zeldas CD-i,; Other M foi um dos maiores fracassos comerciais da Nintendo com o Wii.

Não é à toa que depois do desempenho melancólico de Other M, a Nintendo não abra a boca sobre qualquer coisa relacionado a Metroid. 3DS? Wii U? Nadica de nada. A série está tão queimada que o melhor é esperar a poeira baixar, ao menos por hora. Aliás, deve ter doído muito o ego de alguns japoneses saber que americanos fizeram três games muito mais competentes do que eles. Isso aconteceu porque no ocidente a preocupação foi a de fazer um jogo, Sakamoto por sua vez obrigou o Team Ninja a fazer uma novela. Deu no que deu.

Golden Axe Beast Rider

Sega, ah Sega…o que aconteceste com ti? Se não bastasse a mediocridade dos games atuais, ainda por cima faz o favor de estragar clássicos. Se por um lado Golden Axe não era o melhor entre os beat em ups (ou hack and slash se preferirem), era um dos destaques de seu tempo. Falava-se em Sega, um dos jogos mais rapidamente lembrados era Golden Axe. Enquanto o primeiro e o segundo jogos foram bem e tinham a qualidade que os jogadores da época esperavam de um game Sega, infelizmente Golden Axe III saiu-se bastante inferior, o que fez com que a marca desse uma bela sumida. Mas 15 anos depois finalmente a série retorna e…que fracasso.

Por que diabos fizeram…isso? Por que não resgataram a fórmula original para fazer um game novo? Será que não tinham uma personagem menos genérica? Igualmente genéricos eram aqueles cenários enormes e vazios, mas cheios de efeitos e shaders para ficar com aquela cara super rardecore. Por falar nisso, parece que o diretor de arte desse jogo só conhecia a cor marrom. Completando o pacote tinha aquele nada funcional porém “inovadora” mecânica de montaria de monstros (realmente era tudo o que todo mundo queria em Golden Axe, não?) e super cut-scenes contando a “rica” e “complexa” história de um jogo cujo contexto se resumia a andar e matar. Depois de Beast Rider, acho que um Golden Axe não sairá nem em uns vinte anos. Basicamente o que a Sega conseguiu foi destruir um de seus clássicos. Talvez para sempre.

Final Fight Streetwise

E vamos ao segundo beat em up da lista. Final Fight é um clássico eterno da Capcom que dispensa comentários. Mesmo quem não não é da época, por assim dizer, certamente conhece boa parte de seus personagens nem que seja por outros games (como Street Fighter Alpha 3 por exemplo). Final Fight fez grande sucesso, gerou uma porção ports para vários consoles (incluindo collections e tal), duas sequências médias/boas para SNES, para enfim passar um belo hiato na geladeira. E foi assim até algum gênio dentro da Capcom resolver que Street Wise tinha que ser produzido.

Street Wise sofreu o típico fenômeno que chamo aqui de “rardecorização”. Como foi produzido nos EUA, o jogo desesperadamente tenta parecer “gangsta” e “realista”, como se o uso de qualquer cor que não seja um tom de cinza tornasse o game alguma coisa mais infantil. Assim como acontece com Golden Axe, Street Wise perde um enorme tempo com chatíssimas cut-scenes que tentam contar uma história simplória e desnecessária. Sério, quem é que se importa com os draminhas do babaca do irmão do Cody e todo aquele mimimi de drogas e tal? Não é esse tipo de bobagem que poderia tornar Final Fight mais interessante, pois o que fez do original um clássico foi um sistema de jogo eficiente e um motivo para pegarmos um personagem bacana e chutar bundas pelas ruas de Metro City. Sobre o sistema de jogo, Street Wise também falha feio, com sua movimentação 3d travada, animações duras e por aí vai.

O resultado não poderia ser outro, Final Fight Street Wise queimou essa clássica marca da Capcom, pois o jogo fracassou tanto em público quanto em crítica. Acho que inclusive fracassou em vendas também. O que me leva a crer que talvez nem meu neto venha a jogar um Final Fight 4.

Final Fantasy XIV

Alguém poderia me explicar o que está acontecendo com a Square? Sim, porque aparentemente a porção Enix da empresa vai bem, obrigado. Após meia década e milhões de dólares gastos, Final Fantasy XIII já não foi aquele game, tendo sido considerado uma decepção pelos fãs, etc e tal. Mas não é que a Square resolveu insistir no erro, atolar o pé na jaca e engatar a quinta marcha? Não contentes com Final Fantasy XI ter sido talvez o mais obscuro capítulo da série, resolveram apostar na mesma mecânica MMO daquele jogo em Final Fantasy XIV com um aditivo: entragaram um game com sérios problemas. Bugs, desbalancemanto, interface, mecânica…perderia parágrafos descrevendo todos os defeitos de FF XIV. O fato é que o game é tão ruim que sequer parece um game com a grife Square-Enix.


Se o site IGN, que é uma verdadeira “mãe”, deu 5.5, imaginem como esse jogo é bom…

A ruindade extrema do jogo foi danosa não apenas para a própria série como para até o gênero ao qual pertence. O fracasso de FF XIV é um dos marcos da atual crise pela qual os RPGs japoneses passam. Além disso, mesmo a reputação da S-E sofreu um abalo. Sabemos todos que eventualmente sairá um Final Fantasy XV, porém os produtores e designers estão sob grande pressão depois do que houve com os últimos dois títulos.Caso XV não seja nada menos do que um game fantástico, os fãs da série poderão ficar bastante decepcionados. Todavia existe uma vantagem em estar tão por baixo assim: uma vez no fundo do poço, só é possível subir. Se os responsáveis pela produção se preocuparem mais com o design e o gameplay e um pouco menos com horas de cutscenes, coisas muito boas podem sair. Final Fantasy VI e VII que o digam.

Streets of Rage 3

E voltamos com a Sega em nossa programação. Viuvas podem me encher o quanto for, mas o fato é que Streets of Rage 3 é muito ruim (fora que o passar dos anos somente faz essa ruindade ficar mais aparente). É até incrível como o terceiro game é inferior à Streets of Rage 2 em todos os sentidos. A começar pelos personagens idiotas como o ciborgue velho bigodudo, o canguru e o Pit Bicha. O Shiva, embora seja apenas puro aproveitamento de sprite até que ía, mas quem gostaria de lutar contra o crime controlando tipos tão idiotas? Por outro lado, a tão elogiada trilha sonora do segundo jogo foi substiuída por uma solução preguiçosa e medíocre que consistia no uso de um gerador de músicas. Ah, e observem no video que logo na primeira tela da primeira fase, os primeiros inimigos que aparecem são simplesmente “pallete swaps” de Axel. Vergonhoso.

Além disso, Streets of Rage 3 foi artificialmente dificultado, graças a seu total desequilíbrio entre as forças do jogador e dos inimigos e chefes. Embora SoR 3 tenha mais golpes e movimentos, da última vez que joguei eu fiquei com a nítida sensação de as animações eram piores, com menos quadros. Seja como for, SoR 3 foi um retrocesso em relação ao segundo e melhor game da trilogia, e nunca mais outro game foi feito.

NiGHTS: Journey of Dreams

Prometo que essa é a última participação da Sega nesse post. Voltando ao tema, em 1996 o Saturn já tomava uma surra do Playstation e para piorar o Nintendo 64 chegou no mercado fazendo barulho com Super Mario 64. Por algum motivo bizarro, ao invés de lançar um killer app com Sonic, a Sega resolveu apostar em um game protagonizado por um arlequim, batizado de Nights. O Saturn continuou tomando pau de vendas e Nights não foi exatamente um sucesso de vendas, porém o game teve um apelo especial e uma originalidade e personalidade próprias que foram o suficiente para que fosse lembrado pelos fãs. Por anos houve uma certa demanda por uma continuação, mesmo após dois consoles e a queda da Sega, nada foi feito. Ironicamente, somente após o lançamento de um console da Nintendo, o Wii, que finalmente o desejo das viúvas foi atendido e um novo Nights foi lançado em 2007.

Embora não fosse uma atrocidade, Nights Wii foi inegavelmente uma decepção. Um game irregular, cheio de altos e baixos, bastante falho, enfim. Considerando o material original, quem é que iria querer perder tanto tempo naquelas enfadonhas fases com as crianças? E pra quê todo aquele blá-blá-blá recheado de cut scenes (que não podem ser puladas, ainda por cima) entre cada fase? No final das contas Nights vendeu fracassou comercialmente e enterrou qualquer possibilidade de que um futuro jogo com esse nome seja lançado.Tal qual ocorreu com Golden Axe, a Sega apenas conseguiu ferrar com mais um de seus games clássicos, graças ao trabalho medíocre do Sonic Team. Coitadas das viúvas seguistas; sempre sofredores.

Bonus track: Daikatana

Esse game definitivamente merece uma menção honrosa. Além de ser um péssimo shooter, Daikatana conseguiu a proeza de afundar não uma série ou uma marca, mas a carreira e a reputação até então ilibadas. John Romero simplesmente nunca mais trabalhou em um game de grande porte, além de ter se tornado sinônimo de fracasso. Seria mais ou menos como se tivesse se tornado uma versão americana do goleiro Barbosa, aquele que passou a vida sendo culpado pela derrota da seleção brasileira na copa de 1950. Sobre o jogo, ainda que fosse baseado na engine de Quake 2, Daikatana era uma porcaria total. Como é sabido, o desenvolvimento foi uma verdadeira zona, o que ocasionou atrasos e aumentos de custos. Por outro lado, o hype rardecore fez um trabalho e tanto para tornar tudo um tanto mais ridículo.

De certa forma, Daikatana acabou se tranformando em uma grande lição (que nem sempre é lembrada, anyway), para designers, programadores; para qualquer um que queira um dia trabalhar com jogos.

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E por hoje é só pessoal. Evidente que tem mais jogos que poderiam aparecer aqui e tal, bem os comentários estão aí para isso. Abraços e até o próximo post.

AvcF – Loading Time.

19 thoughts on “Bad Trip especial: continuações que queimaram suas séries

  1. Sobre Metroid Other M, eu posso dizer q as cut scenes são ridiculas, e a historia é uma grande podreira.

    Mas fui jogar esses tempos atras, confesso q com grande receio, por conta dos comentarios negativos, e posso dizer com toda a certeza, apesar da mecanica estranha dos misseis…
    O jogo é (quase) FODA! Meu Deus, nao consegui parar de jogar aquilo, qdo vi ja tinham se passado sete horas!!

    Sério, o gameplay, tem seus defeitos e as fases sao sim, mais lineares (mais como metroid fusion), mas, nossa, como é gostoso de jogar.

    Eu queimei a lingua, e vc vai queimar tb se resolver jogar (serio).

    Pena q estragaram parte do feeling do jogo com essa historia bizarra. O jogo foi mais criticado do q o merecido por causa desse especto.

    Sugiro vc jogar isso com a mente aberta e fazer um artigo sobre o jogo aqui pra nos.
    Se basear so na opiniao alheia nao ajuda mto :/

    abraço cara

  2. Alias, so ressaltando uma coisa q disse:
    “Gostoso de jogar”, no fim das contas a gente releva todos os defeitos se esse aspecto for preenchido e se diverte… =)

  3. Esse Guardians Of The Hood é de fato PIOR que o Double Dragon 3 do Arcade? Tenho lá minhas dúvidas, pois se for então é uma desgraça sem salvação. Joguei esse Golden Axe: Beast Rider já há coisa de um ano. Achei tão medonho que a melhor coisa que fiz foi montar no bizarrean e me jogar do precipício. Tem ainda aquele remake da série Sega Ages2500 lançado apenas no Japão para Playstation 2 que também é pavoroso. A série Final Fight de fato foi piorando com o tempo (o primeirão do Arcade ainda é o soberano; me admira a Capcom não ter conseguido lançar um até hoje que seja à altura), e eu não joguei esse Street Wise mas pelo visto faz jus à sua fama. Discordo TOTALMENTE quanto á (suposta) ruindade de Streets Of Rage 3 (pelo menos no que se refere à versão japonesa) e o acho o melhor da série – melhor até do que o superestimado Streets Of Rage 2.

    A meu ver deveriam ter sido citados nesse balaio todo de continuações ruins os jogos Mortal Kombat 3 (e quase tudo da série que veio depois dele), Contra: Legacy Of War, Battle Arena Toshinden 3 (embora o Toshinden 2 já demonstre singelos indícios de “abobrinha”), e o Revenge of Shinobi de Game Boy Advance, que não tem ABSOLUTAMENTE NADA A VER com o de Mega Drive, mas é uma espécie de Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero bastante piorado.

    Comentário do AvcF: Double Dragon 3 “Arcade” é uma obra prima perto de Guardians, jogue ambos e compare. Eu pensei no Mortal Kombat 3, mas como o MK atual resggatou a série, acabei por desconsiderar.

  4. Não, Avcf, Final Fight Streetwise pode até ser ruim (mais tarde explico sobre isso) mas o pior da série, o que afundou a franquia mesmo não foi ele, e sim o Final Fight Revenge do Arcade/Saturn.
    Streetwise foi apenas uma tentativa falha de recuperar a série.

    Comentário do AvcF: Revenge é aquele de luta poligonal, certo? Se for, acho que não entraria na lista porque não faz parte da série principal, era apenas um spin-off

  5. Olha AVCF, tá foda de ler esse blog heim? Todos os textos tem a palavra “rardcore” neles, que você parece ter o maior orgulho de ter “inventado”. Tudo o que é ruim agora no mercado de jogo é culpa do rardecore, ou uma rardecorização… Que saco! E o mais idiota é que, se antes a palavra era usada para um fenômeno que realmente existe (caso do Sonic falante que muitos odeiam), mas agora você usa a palavra pra qualquer coisa que você não goste! E isso tudo porque você comprou um Wii e gosta dele. Sem problema nisso, mas pra defender seu videogame preferido você tem que atacar tudo o que o próprio Wii tem de ruim? Gráficos bons? Rardecore! Jogo bom tem que ter gráfico da geração passada. Jogo com falas? Rardecore, jogo bom tem que ter personagem mudo como no Snes. Online? Rardecore! Hype? Rardecore! Controle com botões? Rardecore!

    E o pior é que quando é o contrario, quando existe uma casualização de um jogo você não fala nada, já que vai contra a sua filosofia Wii de ser. Porque você acha que Metroid Other M é, nas suas próprias palavras, “linear, óbvio e fácil”? Pra agradar os “rardecores” é que não é. A maior tristeza que essa onda casual poderia ser muito boa se fosse bem aproveitada. Veja por exemplo Nintendogs, o jogo que inaugurou essa moda de jogos casuais. É um jogo perfeito ao que se propõe, bonito até hoje, interessante e divertido para quem não joga, principalmente as mulheres. O fato de eu não ter gostado não me impede de ver que o jogo é muito bem feito. Mas e agora? Hoje em dia casual é sinonimo de lixo puro, com graficos (mal) cartunizados, personagens retardados, cabeçudos e risonhos e jogos fáceis e estúpidos. Isso quando não casualizam franquias consagradas. E você vê isso? Vê a avalanche de jogos horríveis que inundam o Wii (que também tem jogo muito bons) todos os meses? Que o Wii é um embuste que veio com gráficos ultrapassados e controles ruins (Wiimote plus que o diga)? Até o Ds teve o hardware melhorado em relação ao GBA! Mas pra você não, o Wii é perfeito e quem não gosta é rardecore. Então sou rardecore com gosto!

    Sabe o que você podia fazer? Junta um dinheirinho (eu sei que é caro) e compra um PS3 ou um X360 e volte a ser imparcial, o que você acha?

    Comentário do AvcF: Gabriel, você está radicalizando sobre coisas que não escrevi. Nunca escrevi que o “Wii é perfeito” ou que não gosto de gráficos bons ou modo online. O que critico, e isso faz parte do fenômeno que chamo de rardecorização, é um game ser ovacionado sobretudo por ter gráficos em alta resolução, mesmo que os demais quesitos tenham falhas visíveis. Isso porque em muitos casos, a alta resolução não significa beleza, pois existe uma diferença entre estética e recursos técnicos (as texturas, efeitos e afins). Para clarear sua confusão: pegue qualquer fórum, comunidade ou mesmo os sites de jornalismo e veja como são denominados os donos de X360 e PS3: são chamado de “hardcore gamers”. E quais são os valores desse, digamos, gênero de jogador? Obsessão por tecnologia (mesmo quando não a entendem por completo), alta definição em detrimento à estética, temática masculinizada cheia de testosterona e narratividade pseudo-complexa via filminhos animados. Conseguiu enxergar jogos que se encaixam nesses quesitos? Pois há um monte. Por outro lado, a arrogância desses jogadores criou esse mito dos jogadores casuais, que por priorizarem outros valores que não estes citados, foram e são tratados feitos retardados.

    Other M é um ótimo exemplo dessa arrogância. Sakamoto quis fazer um game pretensamente sofisticado para esse público também pretensamente sofisticado. Encheu o game com aquela novela modorrenta achando que estava criando uma experiência cinematográfica, ao mesmo tempo a direção de arte imita bastante os games Sci-fi dos consoles HD (por sinal, esteticamente perde feio dos games Prime) Entretanto, Sakamoto teve que se lembrar dos “simplórios” e “retardados” jogadores de Wii, o que resultou no Metroid mais óbvio, linear e fácil de toda a série (e sim, joguei um pouco pra ver como era).

    “É um jogo perfeito ao que se propõe, bonito até hoje, interessante e divertido para quem não joga, principalmente as mulheres” Quem disse que mulheres não jogam video game? O que elas não jogam são justamente os jogos rardecores, pois mulheres costumam ser muito mais seletivas com seus jogos e não perdem tempo com joguinhos para homens com cabeça de meninos. Elas não perdem tempo com Call of Duty, Duke Nukem, Bayonetta e afins. Mas já reparou que elas jogam os clássicos? Mulheres jogavam Pac Man, Space Invaders e Tetris. Mulheres jogavam os games clássicos de Sonic e ADORAM Super Mario Bros. Mulheres jogam WoW e Star Craft. Zelda também tem público feminino expressivo. Nenhum dos games citados aqui seria considerado hardcore. Porém, nenhum deles são simples e retardados. Agora, você conhece alguma que joga Bulletstorm, Darksiders ou Halo 3?

    Por fim, isso me chamou atenção: “Até o Ds teve o hardware melhorado em relação ao GBA!” Não sabia que o Wii tinha menos memória, processador pior e exibia jogos tecnicamente inferiores que os do GameCube. Estou surpreso.

  6. eae, o q vcs acharam de Metroid Prime: Hunters? Sempre se esquece dele qndo se fala dos Primes…. eu até q achei HUnters divertido, mesmo q não tão qnto os de plataforma

    Comentário do AvcF:Prime Hunters é um spin-off bem mais ou menos.

  7. Essas listas são complicadas, é cada coisa que a gente vai lembrando que fica até difícil escolher só algumas. Sobre Other M eu não joguei pra poder afirmar algo, mas é foda uma série que estava tão bem ter dado esse tropeço, mas como é o mesmo cara de Fusion que é o que eu menos gostei então não duvido muito. Agora não entendi uma coisa, você considera Final Fantasy XI e VII piores ou melhores em relação aos anteriores?

    Comentário do AvcF: opa, foi erro de digitação. O que quis dizer era Final Fantasy VI e VII. Quanto à frase “Se os responsáveis pela produção se preocuparem mais com o design e o gameplay e um pouco menos com horas de cutscenes, coisas muito boas podem sair. Final Fantasy VI e VII que o digam.”, ficou claro que ambos são os melhores da série.

  8. É AVCF , eu entendo o nosso amigo Gabriel , e acho que em partes ele tem razão sim, parece que tudo que é lançado para Ps3 ou 360 é muito mais facilmente criticado por você.
    Você disse que as mulheres são mais “seletivas” na escolha dos games, e por isso nunca viu elas jogando Halo , Call of Dutty , Darksiders entre outros. O que digo sobre isso ??? PURA BALELA , as mulheres JOGAM SIM games que o senhor considera hardcore, o blog Girls of War taí para provar isso, elas gostam tanto de Sonic e Mario , quanto explodirem umas cabeças em Resident Evil.
    Se a sua visão das mulheres gamers é aquela da resposta ao nosso amigo Gabriel, então meu amigo tu tá muito desatualizado, assim como os gráficos do seu Nintendo Wii.
    Tenho 33 anos e jogo desde os 7 , iniciando no Atari , e passando por todas as gerações desde então e não consigo entender por que a birra de alguns com o PS3 e 360 .
    Estes consoles oferecem opções para todos os gostos, eu até sugiro a você AVCF que dê uma olhada em muitos games vendidos na Xbox Live e na Playstation Network, jogos como Outland . Trine, Scott Pillgrim, Hard Corps Uprising entre outros. São jogos tipicamente Oldschool, mas isso eu nunca vi você comentando.
    Quero só ver quando a “Santíssima Nintendo”lançar o glorioso WiiU , todinho em HD , com rede online descente, jogos multiplataforma como Darksiders 2 , que foi exibibo na conferencia da Nintendo na E3, mas na verdade estava rodando no PS3, ou seja tudo aquilo que os “hardcores” gostam .
    Queria saber a sua opinião quanto a isso; Por que será que a vossa querida Nintendo esta indo atrás dos hardcores agora ??? Cadê a “ruptura” , “Oceano Azul” , novos jogadores , e todo aquele papo pra justificar o sucesso do Wii ??? Espere por uma enxurrada de remakes , os nintendistas finalmente irão poder jogar games como Dead Space, Call of Duty, Assassin’s Creed, GTAIV, e ai de uma hora para outra estes games, antes “dispensáveis e pouco inspirados” , passaram a ser excelentes e inovadores………vai vendo!!!

    Comentário do AvcF: Baralho, você é mais velho que eu, olha só (tenho 27).Se bem que joguei todos esses dai que você jogou. Bom, sua pergunta é muito boa, também gostaria de fazê-la a alguém da Nintendo, pois além de não ser santa (nunca escrevi isso, anyway), está sendo bastante hipócrita e até burra. Isso porque atualmente ela parece agir contrariamente ao que fez nos últimos anos.Você leu o Oceano Azul ou o Dilema do Inovador, do Clayton Christensen? Pois diferentemente de 99% dos jornalistas de games, eu li e por isso que pude apontar todos os mitos que inventaram do Wii e DS e também porque entendia perfeitamente os textos do Malstrom (que se baseava quase que inteiramente no Christensen). Nunca disse que HD é algo ruim, o problema é quando consideram a alta definição como um valor (“O jogo X é muito foda!!!!Olha esse gráfico, manow!!”), quando de fato é apenas um detalhe. Se a Nintendo está achando que seu console novo “abafará” por ser HD, Reggie e seus amiguinhos cairão feio do cavalo. O máximo que conseguirão serão uns ports de joguetes que os caixistas e sonistas já estão carecas (e não bombados) de conhecer.

    Por outro lado, olhe para o 3DS apanhando para vender mais do que o PSP, um console com mais de cinco anos de idade e morto em qualquer lugar que não seja o Japão. Por que isso está acontecendo? Porque a Nintendo largou o oceano azul e deu uma de rardecore, apostando em gráficos como se fosse um valor (“3D sem óculos? Nossa, as pessoas farão filas para comprar! Imprimiremos dinheiro!”) e ports jogos de console ao invés de portáteis (Strret Fighter 4, Ocarina of Time e Star Fox não me deixam mentir). Ou seja, o posto do que foi o DS com seus jogos simples porém super divertidos (New Super Mario Bros, Tetris DS, Mario Kart, Animal Crossing Brain Age deram uma surra no PSP). Sobre o PS3, eu quase comprei um ano passado, mas meu note de trabalho era prioridade e adiei essa compra (mas esse ano eu compro). Todavia, acho curioso como tem gente (você deve ser o sexto, pela minha conta) a me incentivar à compra de um PS3. Quando acontecer, acho que até tiro foto, só pra divertir vocês.

  9. Olhando o histórico do blog,da pra perceber que os posts que possuem textos falando mal da Sega, costumam gerar os debates mais fervorosos aqui nos comentários e uma maior repercussão.Como parece que os últimos posts foram bem mornos,a Sega e seus fãs voltaram a ser alvos por aqui pra ver se gerar alguma polêmica…

    Quando ao post,eu acho que um jogo bem produzido pode ressuscitar qualquer franquia.Um exemplo mais recente é Mortal Kombat,que para alguns jogadores era uma franquia que já estava morta e enterrada,e agora com esse último jogo,voltou a ter a atenção da mídia e dos jogadores…

  10. AvcF, te digo o pessoal fica realmente sentido quando se toca no assunto dos jogos hardcorizados. `Para o pessoal que fica sensível quando o tema é levado a tona, é bom explicar: harcorização sempre houve, só que as características que você cita pertencem mais a essa geração dominada pelos jogos cinematográficos: visual sobre mecânica, cutscenes sobre jogabilidade, complexidade sobre simplicidade de jogar. Esses tipo de hardcorização afasta mulheres, crianças, velhos, antigos e ex-jogadores. A tentativa de tornas os jogos mais que jogos, filmes na verdade acaba por matar toda parte que importa num jogo: o jogar em si. A pseudo-refinação limita o público potencial do jogo.

    Como disse isso sempre houve, na época dos arcades, os jogos foram ficando mais díficeis, caso dos shumps e beats n’ups sobretudo. Os jogos ganharam ares mais sangretos e mais grotescos, caso de MK e carmagedoom. E isso também limitava o público potencial. Então, hardcores dessa era podem ficar tranquilhos, sempre haverá, infelizmente, essa tendência.

  11. Acho que faltou 2 jogos na lista e que tenho muita, mas muitas saudades mesmo. Top Gear e também Road Rash. Nunca mais veremos essas saudosas franquias por conta de erros com versõe seguintes.

  12. Então, eu também sou um velho gamer (31), passei por quase todas as fases da indústria, conferindo tanto seus acertos quanto seus erros, mas jamais vi uma verdade tão bem escrita quato a que li um pouco acima do Rodrigo Cardoso…

    “Gostoso de jogar, no fim das contas a gente releva todos os defeitos se esse aspecto for preenchido e se diverte… =) ”

    Sou professor de Artes e tenho uma meia hora de conhecimento em estética, sinceramente, os gráficos atuais não me atraem tanto quanto uma boa trama para jogar videogame…Isso em se tratando de games com linha a permear o real e a ficção…Quando o jogo se abstém dessa intenção prefiro ficar confortável quanto a jogabilidade…ou seja um jogo que seja “Gostoso de jogar”…

    Posso citar como exemplo a série Resident Evil, no início a série era grotesca estéticamente falando mas sua linha de jogo era muito atraente, com o passar do tempo a CAPCOM resolveu seguir algumas tendências como a focalização da ação em detrimento da exploração, puzzles e gerenciamento de recursos…

    Particularmente, gosto de ambos os aspectos da série, a passiva do início e a frenética atual, seu desenvolvimento estético é notável mas não foi determinante para que eu a jogasse mas sim a trama…Não é raro você encontrar pessoas que falam mal dos rumos que a franquia tomou, que foi desvirtuada e etc.

    Muita gente gosta dos jogos LEGO, inclusive minha esposa, eu os acho deveras infantil mas jogo por ser deveras divertido de jogar…Como a série Crash ou similares…Gosto de cutscenes que complementam o jogo, em alguns casos são realmente necessárias mas não quando se tornam a maior parte da experiência…

    Quando falou-se aqui no Blog sobre Mortal Kombat vs DC Universe era o que eu queria deixar claro e talvez não tenha conseguido me expressar tão bem…Apesar de ser um jogo mal modelado (minha opinião, usando o cabelo da Mulher-Maravilha como exemplo), de possuir “…a nada funcional mecânica de jogo de Mortal Kombat…”, “animações duras, poses de lutas constrangedoras, golpes inúteis e bonecos de borracha que quicam em paredes invisíveis…”; “…um idiótico sistema de “combate” em curta distância…”,”…aquele momento imbecil com os personagens se batendo no ar”…entre outros detalhes citados em sua análise, hoje não condenada por mim ele ainda se mostrou um título “Gostoso de jogar”…

    Desculpe por citar outro artigo, inclusive da mesma seção, mas foi uma eventual reflexão após ler sua análise e os comentários acima…Estou curioso para jogar alguns dos títulos citados mas devo discordar sobre Streets of Rage 3 (será que você não jogou a versão U.S., tem algumas diferenças dela para a JP), que inclusive recebeu um remake (SUPRA BAIXADO) feito por fãs que foi boicotado pela SEGA…Um dos títulos mais lembrados por gamers da minha idade quando se trata de beat em up…

  13. @Bernstein: de fato, teria sido uma boa. Teria tido muito mais sentido do que meter o pau no injustiçado Streets Of Rage 3 (a versão ocidental, ainda vai – mesmo assim bem pouco; mas a japonesa é bem melhor…). Mas daí tem um monte de jogos/franquias que poderia ser espinafrado: Rastan, Samurai Spirits (o Samurai Spirits Sen é um Soul Calibur piorado, nada mais do que isso…), Clayfighter (se bem que esse de fato nunca teve um jogo bom na série), etc.

  14. Já estava com saudades desses Bad Trips! =D

    E o que me surpreendeu mesmo foi você citar um um jogo da Atari (você NUNCA fala de Atari… =p). A alguns meses eu puxei um pack com jogos de Mame e, dentre milhares de jogos, veio esse! Realemtente é um jogo muito ruim – Aliás, desde o período pré-Jaguar64 a Atari classica era uma fabrica de desastres… – mas nunca esperei que justo este jogo apareceria aqui.

  15. Olá.
    Seu blog tem bastante conteúdo.
    Mas esses ataques à empresa Sega são ridículos. Serão realmente necessários?

    É um blog informativo e interessante, mas aí vem com esse papo de viúva e seguistas. É desagradável de ler esse tipo de coisa. O importante é jogar e se divertir. Guerra de videogames é para os tolos.

    abs.

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