Repostagem: Mega Man 9 – a polêmica

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Saudações aos queridos leitores do Loading Time.

Enquanto o blog ainda está em processo de reforma, republico aqui o primeiro de uma série de repostagens dos principais textos antigos. Decidi recolocar nosso querido Mega Man de novo, porque este foi o último post antes do ataque nuclear, além que de que é um assunto ainda atual e que é aguardado com muita expectativa e algumas críticas.Já tem alguns videos no IGN, inclusive. Chega de delongas, vamos ao texto:

Mega Man 9 – a polêmica

Há alguns dias saiu uma noticia que deu uma sacudida nos fóruns de discussão de games por aí: após mais de dez anos a Capcom finalmente anunciou a produção de Mega Man 9, dando sequência à série clássica que parou na oitava versão e passou por Nes (Mega Man 1, 2 ,3 ,4 ,5 e 6), Snes (Mega Man 7) e Playstation/Saturn (Mega Man 8). A princípio muita gente ficou com sorriso de uma orelha a outra, isso até a Capcom divulgar um detalhe extremamente interessante: a nova versão será distribuída por download (já foi confirmado para Wiiware e acredita-se que saíra também para Xbox Live Arcade e PSN) ao invés de sairem em midia tradicional, e seguirá o estilo dos games de Nes. Isso mesmo, retro-graphics baby!

Sim amiguinhos, a série fará um retorno às raízes com gráficos totalmente feitos para se assemelharem com o que o Nes fazia, incluíndo cenários, sprites e até mesmo as músicas terão o mesmo feeling do que era antes. Na entrevista que deu a Nintendo Power, Keiji Inafune (criador da série) deixou bem claro qual é o objetivo dele com o jogo: “primeiramente, nós temos muitos fãs que gostariam de jogar um novo Mega Man que fosse como os jogos clássicos, então nós queríamos agradá-los. Além disso, com a popularidade dos gráficos estilo retrô em camisetas e outras bugigangas, nós pensamos que era a hora certa para lançar um jogo old school. Nós também queremos ir ao máximo para extrair os limites do que um 8-bits pode fazer, e queremos que os jogadores possam ver isso. Por último, temos a esperança de fazer com que o estilo artístico desse jogo se torne um estilo aceito“. Mesmo assim, uma nova polêmica surgiu e há quem esteja amaldiçoando até os tataravôs do game designer.

Entre os críticos da proposta, criou-se um discurso uníssono de que Mega Man 9 será um total retrocesso e que é inaceitável o lançamento de um jogo com gráficos de vinte anos atrás. A mediocre geração playstation se juntou a turba, e embora boa parte deles provavelmente nunca devem ter jogado um Mega Man na vida (e se é que jogaram, deve ter sido o X7) já praticamente sentenciaram que o jogo será um lixo e fracassará de forma retumbante. Da molecada do memory card, que detesta jogo difícil e adula qualquer porcaria que tenha uma animação em computação gráfica pré-renderizada (que eles chamam genericamente de “CG”), já não esperava nada mesmo. Porém o que me surpreendeu foi a reação negativa de jogadores das antigas, que ficaram bravos com a decisão do Inafune.

Acho que ficou em alguns uma impressão de que a equipe responsável apenas pegará o banco de dados dos games antigos e dará um tapa para sair um game novo mas que cheira a mofo, e não que é um game que está sendo feito do zero, mas cuja direção de arte e estrutura foram claramente pensados para remeter a uma homenagem ao passado. A filosofia do projeto é fazer um game como se fosse um lançamento para Nes, utilizando as técnicas atuais para realizar coisas que não eram possíveis com o 8-bits em seu tempo, com novas fases, desafios, elementos, mas que sejam genuínos as raízes dos primeiros Mega Man. Por um lado entendo a critica dos que preferiam um novo game com gráficos sofisticados, cheios de efeitos e alta resolução (que eu gostaria também, claro), mas o que esse pessoal esquece é que tudo isso teria um custo muito alto e provavelmente seria muito difícil obter vendas que gerassem lucro, já que jogos em 2D não atraem muita gente nova e não tem tanto apelo quanto os novíssimos games 3d cheios de shaders e efeitos que muitos nem sabem o que são de fato, mas que compram porque acham “muito foda”.

Fazendo dessa forma, a Capcom trabalha com um nicho, um público-alvo especifico, na faixa dos vinte e poucos anos para cima, muitos dos quais já perderam interesse por esses Mega Man trimestrais com arte genérica (estou olhando para você, Mega Man Star Force), além desses spin-offs todos que saíram nos últimos anos. Fora que essa foi uma jogada ousada, já que se trata de uma novidade trabalhar como se fosse com um Nes, por opção de projeto, além de se caso o game der certo, poderá criar uma tendência ou até mesmo um sub-gênero, talvez um “retro-game action”. Por exemplo, imagine se a Konami segue a idéia e resolve fazer um Metal Gear novo mas seguindo a estrutura dos antigos títulos de Nes e MSX? Tenho certeza de que há um nicho de jogadores que comprariam esse tipo de jogo, sem contudo deixar de adquirir os títulos recentes, como o novíssimo Metal Gear Solid 4: Guns of Patriots.

Estou aguardando com ansiedade os videos e novas informações acerca dessa empreitada da Capcom, além de ter ficado admirado com a coragem do Inafune em bancar uma idéia tão arriscada. Estou de olho. Quem viver, verá. Abraços e até a próxima.

André V.C Franco – AvcF

Publicado originalmente em 30 de junho.

4 thoughts on “Repostagem: Mega Man 9 – a polêmica

  1. Pingback: pligg.com
  2. Eu particularmente não vejo MegaMan de outra forma que não 2D. Tudo bem que eu curti muito MegaMan EXE para GBA, mas era outro estilo de jogo. De qualquer forma a minha única bronca com a Capcom é ela não considerar o Rockman & Forte como a nona versão da série.

  3. é veio, sou antigão mesmo e adorei essa matéria…conheço muita gente que zerou megaman 8 mas nunca zerou o mega man 1, 2, 3, 4….e assim por diante.
    Fazer o que né!
    boa, essa matéria é boa mesmo. continuem assim.
    Gostei desse lançamento.

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