Impressões: palestra sobre as produções nacionais

Saudações, meninos e meninas.

Acabei de voltar de uma palestra aqui na universidade Anhembi Morumbi, que está promovendo um evento chamado Transitus, que engloba diversos workshops, palestras e atividades (tem tudo sobre isso no link). O tema da palestra que presenciei são as novas produções nacionais, além de um panorama básico sobre o nosso mercado de games, cuja realidade é diferente do que pregam catedráticos dos fóruns de games por aí.

A palestra foi ministrada por Antonio Teoli, formado em Design de games na aqui na Anhembi também, se especializou em música e produz os sons e trilhas para os mais de quatrocentos jogos em que trabalhou. Durante seu discurso, ele foi falando um pouco das principais empresas de games do país, bem como alguns dos jogos produzidos por elas. Por exemplo, a Abdução, que faz games para PC e DS; Diverbras que monta gabinetes para arcades e lançaram o game de corrida 3D Seninha; Imagine Play, fundada por ex-alunos de design de games que fazem jogos para várias plataformas; Thunderworks, Interama, Musigames com seu DJ Nights e proposta de fazer jogos para Wii; Decadium, autora do game para PC Ryu Dragon, a Tec Toy Digital com seus games para celular e o velho e surrado Genesis; Ubisoft que acabou de se instalar aqui em São Paulo e produzirá games para celular e DS, e por aí vai.

Adiante, ele falou sobre a Hoplon, empresa em que trabalha atualmente e gastou quatro anos e uns milhões de reais (gerenciamento de projeto FTW 😆 ). Foi um processo de trabalho complicado, o jogo foi reformulado pelo menos duas vezes, ouve problema com a engine (criada pela própria Hoplon) que no ínicio era um híbrido de java com C++, um troço mega pesado, que posteriormente ficou apenas em java. A primeira equipe inteira foi demitida, além de que o Teoli teve de refazer todos os sons e músicas, cujas versões anteriores eram de qualidade ruim. Ouvimos alguns trechos das músicas, ficou muito bom a meu ver, embora a caixinha de som que a faculdade deixou disponível não fizesse juz as criações mostradas.

No final, ele falou um pouco sobre o modelo de negócios que a empresa pretende adotar, agora que enfim o jogo foi lançado. A engine será um produto a venda ( como a Epic faz com a Unreal Engine), além das cobranças habituais para o gênero do Taikodom, no caso um MMORPG. Em suas palavras, notou-se um visível entusiasmo com o mercado de games nacional, cuja situação melhorou muito nos últimos anos. Ao contrário das pregações dos profetas do apocalípse internéticos, em conjunto com a medíocre geração playstation (“jogo nacional é só saci-pererê, tudo lixo”), o Brasil avança de passo em passo, mesmo com todas as dificuldades que conhecemos bem. É óbvio que é muito difícil surgir como passe de mágica produções de grande orçamento (ainda mais a curto prazo), mas quem não é míope e preconceituoso, enxerga os celulares, portáteis, a internet, os jogos mais simples e não menos divertidos e feitos com capricho.

É isso, amigos. Infelizmente tive de escrever correndo, logo mais tenho uma reuinão para ir (também tenho as picuinhas para resolver do jogo que estou envolvido). O texto foi sem revisão mesmo, se rolar algum erro grotesco de gramática, me avisem.

Abraços.

André V.C Franco/AvcF – Loading Time.

14 thoughts on “Impressões: palestra sobre as produções nacionais

  1. Taikodom eu achei muito bem trabalhado, a trilha sonora então nem se fala, pena que o jogo ainda tenha muitos bugs, mas creio que logo se estabilize.

    Quanto ao folclore em torno do mercado nacional de jogos, infelizmente creio que só vai acabar na mente dos jogadores quando algum título saia para algum ps3 ou xbox360 da vida.

  2. Não joguei a versão final ainda, Logo mais darei uma conferida, alguma hora por aí. Pra ser sincero, a última vez que tinha visto uma build desse jogo, tinha sido na última TGS.

    Infelizmente a visão de muito só alcança até o camelô ou torrent tracker mais próximo, então qualquer coisa que esteja ausente desse miniverso é ignorado. É mais ou menos aquela mentalidade que se resume a “não conheço, logo não existe”. O dia que o Taikodom, por exemplo, estiver disponível nos melhores pirateiros (ou um servidor pirata gratuito), esse pessoal talvez perca algum tempo em conhecer.

    Acho uma pena muitas pessoas ainda terem essa visão primitiva e atrasada sobre o mercado brasileiro de jogos, em especial a geração playstation, que nada sabe a acha que tudo entende. Isso porque já tem gente desenvolvendo para XBLA, DS e o Wii está se tornando uma plataforma de interesse para empresas daqui.

  3. @avcf

    Taikodom é gratuito, fiz um cadastro no próprio site dele e baixei o jogo, parece que há um cadastro pago com mais coisas e se não me engano eles usam publicidade no jogo para ter renda. Mas ae o jogo vai sofrer outro ostracismo (além do de ser nacional), o de como é gratuito então é ruim.

  4. @Tchulanguero, você está parcialmente correto. O Taikodom funciona com “item billing”, onde você pode ter acesso a itens de jogo que só podem ser obtidos por pagamento. Parece que o sistema de compra não está funcionando ainda (não estava nas vezes que verifiquei ao menos), então enquanto isso, a ÚNICA alternativa é jogar gratuitamente! 😉

  5. Olá André!

    Caramba, muito legal esse seu review.
    Agradeço de coração a você, as pessoas que estiveram presentes no evento e as pessoas que estão lendo e/ou comentando aqui.

    Precisando é só chamar =)

    Abraços

    Teoli

  6. Úia, não sabia que você havia descoberto o blog! Bacana que tenha gostado, escrevi porque acredito que as pessoas tenham que saber a realidade sobre o mercado de games, cujo destaque é menor do que deveria ser. Como disse no texto, é incrível (e ao mesmo tempo triste) como muita gente sem informação ainda acha que vivemos de Sacis e Mulas em joguetes toscos e amadores.

    Valeu, cara.

    André V.C Franco/AvcF

  7. hahahahaha taikodom eu fui besta tester desses caras ainda em 2005, o pior jogo que é uma vergonha pro brasil que devia ter sumido antes de ter começado

    aí prometem muito mais do que cumprem, bugam mais do que programam, e o dinheiro acaba indo pro ralo, enquanto os sócios da hoplon tão aí viajando pra todo lugar, paris, eua, sampa, agora, entregar produto que presta…

  8. Que engraçado, porque eu já ouvi falarem muito mal de tkd, inclusive uma ótima professor de GD da Anhembi Morumbi, ouvi isso da boca dessa pessoa, pessoalmente, varias vezes.
    É óbvio que Taikodom é um jogo de pessima qualidade, extremamente mal feito e uma copia escrota “koreanizada” de eve.
    Aliás, nao é só um professor da propria Anhembi que fala mal de Taikodom. Talvez o próprio Teoli nao fale nada porque ele está sendo pago para participar, e nesse ponto é verdade, vá ouvir musicas da banda dele, ele toca bem sim, e acredito no trabalho que ele realiza, apesar de nao ser o que eu ouço aqui na minha vitrola.
    Nada contra ninguem, Taikodom é uma ideia pessimamente executada, que teve uma pessima gestação, e pra mim é um aborto em vários topicos relacionados a design (nao vou nem entrar no mérito do codigo infantil do gameframe, na incapacidade dele de rodar decentemente num z10 com mais de 12 gb de ram, entre varios outros)

    No mais, boas aulas na AM, que tem sim otimos professores.

  9. Por isso que o Brasil nunca vai para frente. 50% só sabem falar mau, e os outros 50% falam mau pq ouviram alguém falando mau. E assim caminha a humanidade.

    Aproposito, Taikodom não tem absolutamente NADA a ver com EVE, ou …, ou nunca jogou nenhum dos dois jogos, ou os dois, o que é mais provavél.

    (Nota do AvcF: Tive que cortar aquele pedaço pois não permito esse tipo de referência aqui. Isso vale para todos, inclusive.)

  10. caro XXX.
    não só joguei, como joguei as versões antigas antes do refector que acontece depois da egs 2005.

    voce obviamente nao me conhece, pois eu nao falo mal de nada só por falar, o recado é que, além de minha pessoa, outros profissionais muito bem vistos concordam com minha visão.

    e nao conheci qualquer profissional, de nome, que nao participe diretamente do projeto e que fale bem do taikodom.
    e já conheci varios que trabalharam e trabalham na hoplon e também partilham dessa visão.

    é muito facil tb trazer taikodom para uma questão quase que patriota. Sinceramente, azar do pais. O jogo, é, aonde quer que esteja, ruim, mal planejado e mal feito, se voce quiser se iludir achando que a hoplon merece um apoio só porque ela é sua irmã de pátria, vá comprar o “cash” do jogo, que aliás, foi lançado comercialmente, faz mais de 3 semanas, e ainda nao disponibilizou a compra do cash no sistema.

  11. Amigos.
    Reclamar e falar mal das coisas é fácil. Difícil é arregaçar as mangas e fazer algo pela indústria nacional. Temos que dar crédito ao taikodom, o pessoal teve muitas dificuldades, mas seguiu em frente e lançou o game. Eu tô trabalhando num jogo muito humildemente e pretendo levá-lo até o final custe o que custar. SE vai ser um baita game ou não é difícil dizer, mas é um primeiro passo que nos pode levar a galgar novos degraus.

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